quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

Obsessão Malthusiana.


Se todas as organizações internacionais como a ONU, o PNUMA, o IPCC, o Banco Mundial, grande parte das organizações não governamentais da área ambiental e cientistas concordam que o crescimento populacional coloca uma pressão enorme no meio ambiente, porque é tão difícil falar em redução da população? Se a maioria das mulheres quer ter acesso a meios contraceptivos, porque é tão difícil falar em planejamento familiar?
O preconceito justificável às teses conservadoras de Malthus e as experiências mal sucedidas e coercivas de planejamento familiar em alguns países explicam parcialmente a aversão ao tema. O planejamento familiar voluntário e democrático não impede que uma mulher possa ter quatro, cinco, seis filhos se ela quiser. Significa, na verdade, que aquelas que não querem ter quatro, cinco, seis filhos poderão escolher ter uma família menor. Ou seja, a falta de opção não significa liberdade de escolha. Liberdade de escolha significa poder escolher entre várias opções.
Centrar as discussões em Malthus quando há outros autores e pensadores que falam sobre população é, também, uma contradição. Malthus é evocado em todas as discussões que giraram em torno do tema “população”.
Filho de um rico proprietário de terras, Malthus se tornou pastor anglicano em 1797. Em seu Ensaio sobre o princípio da População publicado em 1798 no início da revolução industrial, período em que a Europa viu sua população crescer, Malthus parte do princípio que o crescimento da população é uma força imutável da natureza para a qual a única solução era a abstinência sexual.
Malthus acreditava que toda assistência aos mais pobres servia apenas para que eles se reproduzissem mais e mais. Neste sentido era favorável que os salários pagos aos trabalhadores fossem mais baixos. Somente a guerra, a fome e a miséria poderiam equilibrar a desproporção entre o crescimento em progressão geométrica da população e a produção de alimentos que crescia em ritmo aritmético. As ideias de Malthus levaram o parlamento inglês a rever, em 1834, a Poor Law, A Lei dos Pobres, uma das primeiras experiências de transferência de renda instituída, em 1601, pela Rainha Elizabeth I, por achá-la um incentivo à preguiça.

sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

No Mali, não há uma guerra do bem contra o mal.


Sem qualquer controle, sem debate, sem votação parlamentar, sem nenhuma sutileza. A Grã-Bretanha está agora envolvida em mais um conflito militar em um país muçulmano, fiquem sabendo. Aeronaves britânicas estão voando rumo ao Mali, enquanto a França bombardeia o país, argumentando que a milícia islâmica malinesa poderia criar um “estado terrorista” que ameaçaria a Europa. A Anistia Internacional e especialistas da África Ocidental alertam para o potencial desastre da intervenção militar estrangeira, mas as bombas “chovendo” nas cidades malinesas de Konna, Léré e Douentza sugerem que eles foram definitivamente ignorados.

A agonia no Mali surgiu apenas atualmente em nossas manchetes, mas as raízes são antigas. Como as outras potências coloniais ocidentais que invadiram e conquistaram a África a partir do século 19, a França usou táticas de dividir para reinar no Mali, levando a amargura entrincheirada entre os povos nômades Tuaregues – a base da revolta atual – e outras comunidades do Mali.

Para alguns ocidentais, este é um passado distante que deve ser ignorado, não remexido, e certamente não será usado para impedir nobres intervenções, mas as consequências ainda são sentidas diariamente. Inicialmente, o ministro de Relações Exteriores francês, Laurent Fabius, sugeriu que o legado colonial descartaria uma intervenção liderada pela França, mas pode se dizer que o envolvimento direto francês ocorreu de forma muito mais rápida do que o esperado.

É que esta intervenção é, na verdade, consequência de outra. A guerra da Líbia é frequentemente apontada como uma história de sucesso para o intervencionismo liberal. No entanto, a queda da ditadura de Muammar Kaddafi teve consequências que os serviços de inteligência ocidentais provavelmente nunca sequer se preocuparam em imaginar. Tuaregues – que tradicionalmente vieram do norte do Mali – compunham grande parte do exército de Kaddafi. Quando o ditador foi expulso do poder, eles voltaram para sua terra natal: às vezes à força. Do mesmo modo, negros africanos foram atacados no pós-Kaddafi na Líbia, um fato incômodo amplamente ignorado pela mídia ocidental.

Inundados com armas da Líbia em tumulto, tuaregues viram uma abertura para seu sonho de longa data rumo à autodeterminação nacional. Com a propagação de uma rebelião, o democraticamente eleito presidente malinês Amadou Toumani Touré foi deposto em um golpe militar e o exército manteve a sua dominação – apesar de permitir que um governo civil lidere a transição para tomar o poder.

Pode não haver certamente simpatia pela milícia agora em luta contra o governo do Mali. Originalmente, eram os nacionalistas seculares do Movimento Nacional para a Libertação de Azawad que lideravam a revolta, mas eles já foram deixados de lado por jihadistas islâmicos com uma velocidade que chocou os analistas estrangeiros. Em vez de alcançar a independência tuaregue, eles têm ambições muito mais amplas, ligando-se a grupos semelhantes do norte do Nigéria. A Anistia Internacional relata atrocidades horrendas: amputações, violência sexual, o uso de crianças-soldado, e desenfreadas execuções extrajudiciais.

Mas não caiam em uma narrativa tão frequentemente empurrada pela mídia ocidental, que estereotipa aquilo que se considera o mal, assim como temos visto a brutal guerra civil imposta na Síria. A Anistia relata brutalidades por parte das forças do governo de Mali, também. Quando o conflito originalmente explodiu, tuaregues foram presos, torturados, bombardeados e mortos pelas forças de segurança, “aparentemente, apenas por motivos étnicos", diz a Anistia. Em julho passado, 80 presos detidos pelo exército foram despojados de suas roupas íntimas, encarcerados em uma cela de 5m², cigarros foram queimados em seus corpos, e eles foram obrigados a sodomizar um ao outro. Já em setembro de 2012, 16 pregadores muçulmanos pertencentes ao grupo Dawa foram presos em um posto de controle e sumariamente executados pelo exército. Estes são atos cometidos por aqueles que agora são nossos aliados.

Quando o Conselho de Segurança da ONU, por unanimidade, abriu o caminho para a força militar ser usada, especialistas fizeram avisos claros e que ainda devem ser ouvidos. O International Crisis Group pediu foco em uma solução diplomática para restaurar a estabilidade, argumentando que a intervenção poderia exacerbar um conflito étnico crescente. A Anistia advertiu que "uma intervenção armada internacional pode aumentar a escala de violações dos direitos humanos que já estamos vendo neste conflito". Paul Rogers, professor de estudos de paz na Bradford University argumentou que as guerras passadas mostram que "uma vez iniciadas, elas podem tomar direções alarmantes, ter resultados muito destrutivos, e muitas vezes aumentar os próprios movimentos que se destinam a combater".

É concebível que esta intervenção pode – por um tempo – atingir seus objetivos de empurrar as milícias islâmicas e reforçar o governo do Mali. Mas a guerra da Líbia foi vista como um sucesso, também, e aqui estamos agora, envolvidos com a seu efeito bumerangue catastrófico. No Afeganistão, as forças ocidentais permanecem engajadas em uma guerra sem fim, que já ajudaram a desestabilizar o Paquistão, levando a ataques que mataram centenas de civis e desencadeando mais caos. O preço das intervenções ocidentais pode muitas vezes ser ignorado pelos nossos meios de comunicação, mas ainda é pago.

A intervenção ocidental liderada pela França, apoiada pela Grã-Bretanha e com possíveis ataques dos norte-americanos, sem dúvida, estimula a narrativa promovida pelos grupos radicais islâmicos. Como aponta o professor Rogers, a ação no Mali vai ser retratada como "mais um exemplo de um ataque contra o Islã". Com o alcance rápido e moderno da comunicação, grupos radicais na África Ocidental usarão esta escalada de guerra como prova de outra frente aberta contra os muçulmanos.

É preocupante – para dizer o mínimo – como o primeiro-ministro britânico, David Cameron, conduziu a Grã-Bretanha no conflito do Mali, sem sequer uma pretensão de consulta. As tropas não serão enviadas, nos é dito, mas o termo "planejamento deficiente" existe por uma razão: é uma escalada que certamente poderia provocar maior envolvimento britânico. O Ocidente tem um histórico terrível de alinhar-se com o mais duvidoso dos aliados: o lado que escolheram está longe dos direitos humanos que democratas os democratas amam.

Mas as consequências podem ser mais profundas. Além de espalhar caos pela região, a França já mapeou seus alvos que podem ser atingidos por terroristas, e o mesmo podem acontecer com seus aliados. É uma responsabilidade de todos nós questionar o que nossos governos estão fazendo em nossos nomes. Se não aprendermos com o que ocorreu no Iraque, Afeganistão e Líbia, então não haverá esperança. (Carta Maior)

terça-feira, 15 de janeiro de 2013

REUNIÃO DO BRICS SOBRE SEGURANÇA EM NOVA DELHI DISCUTE TERRORISMO, PIRATARIA E GUERRA ELETRÔNICA.


O conflito sírio, a situação na Líbia, e a tensão no Mali, país para o qual o Conselho de Segurança da ONU acaba de aprovar o envio de uma Força Multinacional, diante da grave deterioração da situação interna, foram os  principais assuntos abordados na quarta Reunião para Assuntos de Segurança do BRICS, encerrada ontem na capital indiana, Nova Delhi.
Ao fazer um balanço da reunião, o anfitrião e assessor de Segurança Nacional do governo indiano, Shivshankar Menon, disse que os BRICS continuam contrários a qualquer intervenção militar externa na Síria. E anunciou que foram discutidos também temas relacionados ao combate e à prevenção do terrorismo e da pirataria, e no campo da defesa cibernética, no contexto do fortalecimento dos mecanismos de consulta, coordenação e estreitamento da cooperação estratégica do BRICS nos próximos anos.
A intenção é montar, especialmente na guerra eletrônica, equipes de resposta rápida que possam neutralizar rapidamente ataques na área. Finalmente, o dirigente indiano sublinhou o alto nível de entendimento entre os membros do BRICS na maioria dos temas abordados, e disse que os resultados da reunião serão repassados para as lideranças de cada país, que deverão voltar a discuti-los na Quinta Cúpula Presidencial dos BRICS, que será realizada no final do mês de março, na cidade de Durban, na África do Sul.

domingo, 13 de janeiro de 2013

O IMPERIALISMO DOS EUA NA AMÉRICA LATINA.


Assista esse documentário realizado por norte-americanos mostrando algumas ações imperialistas no continente Americano. Destaque para Venezuela e da mídia favorável a elite voltada aos interesses dos EUA.

quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

Globo não tem moral para criticar Chavez. Qual a diferença da posse de Tancredo?


A TV Globo criticou o STF da Venezuela declarar legal Hugo Chavez se manter presidente no novo mandato, mesmo estando em recuperação de uma cirurgia.
A emissora deu a notícia com viés da oposição venezuelana como se fosse "golpismo", como se o STF de lá não fosse legítimo por que a maioria dos ministros foram nomeados durante o governo de Chavez.
O problema é que a Globo não tem moral nenhuma para esse tipo de questionamento.
Em 1985, quando Tancredo Neves, eleito pelo voto indireto do Colégio Eleitoral, sofreu uma cirurgia de emergência na véspera da posse, também não pode assumir, em um caso muito mais polêmico do que o de Chavez, pois Tancredo não foi eleito pelo voto direto popular, nem era caso de reeleição como é na Venezuela, onde o povo votou pela continuidade administrativa.
A Globo noticiou a posse do então vice José Sarney, assumindo como presidente interino, também por tempo indeterminado, sem nenhum questionamento.
Detalhe: ACM (o avô), amigão do dono da Globo, já estava escolhido como Ministro das Comunicações por Tancredo, e foi mantido por Sarney.

terça-feira, 8 de janeiro de 2013

Show da VIDA real?


BBB, fazenda inverno, verão... etc. Vivem chamando os participantes de heróis,  eles tem um caminho árduo pela frente. Heróis? São esses nossos exemplos de heróis?
Caminho árduo para mim é aquele percorrido por milhões de brasileiros, profissionais da saúde, professores, carteiros, lixeiros e tantos outros trabalhadores incansáveis que, diariamente, passam horas exercendo suas funções com dedicação, competência e amor e quase sempre são mal remunerados.. Heróis são milhares de brasileiros que sequer tem um prato de comida por dia e um colchão decente para dormir, e conseguem sobreviver a isso todo santo dia.
Heróis são crianças e adultos que lutam contra doenças complicadíssimas porque não tiveram chance de ter uma vida mais saudável e digna.
Heróis são inúmeras pessoas, entidades sociais e beneficentes, ONGs, voluntários, igrejas e hospitais que se dedicam ao cuidado de carentes, doentes e necessitados.
O Big Brother Brasil e a fazenda não são programas culturais, nem educativos, pois, não acrescenta informações e conhecimentos intelectuais aos telespectadores, nem aos participantes, e não há qualquer outro estímulo como, por exemplo, o incentivo ao esporte, à música, à criatividade ou ao ensino de conceitos como valor, ética, trabalho e moral. São apenas pessoas que se prestam a comer, beber, tomar sol, fofocar, dormir e agir estupidamente para que, ao final do programa, o “escolhido” receba um milhão e meio de reais. E ai vem algum psicólogo de vanguarda e me diz que o BBB ajuda a “entender o comportamento humano”. ABSURDO
Com o custo das ligações e propagandas, a Rede Globo, a Record e as outras empresas envolvidas arrecadam milhões de reais. No final deixou traição, fofocas, preconceitos, racismo, brigas, enfim que se pode aproveitar? Agora se continuam com show bizarro é por que tem audiência, infelizmente milhões de brasileiros ficam dando “uma espiadinha” e enchendo o bolso desses produtores que lutam para deixar o espectador cada vez mais IMBECIL.

DIGA NÃO AO BBB E A FAZENDA BOICOTEM OS PRODUTOS QUE FINANCIAM ESSA BAIXARIA.