segunda-feira, 29 de julho de 2013

Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil 2013

O Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil 2013 é uma plataforma de consulta ao Índice de Desenvolvimento Humano Municipal – IDHM - de 5.565 municípios brasileiros, além de mais de 180 indicadores de população, educação, habitação, saúde, trabalho, renda e vulnerabilidade, com dados extraídos dos Censos Demográficos de 1991, 2000 e 2010.
Concebido como uma ferramenta simples e amigável de disponibilização de informações, o Atlas Brasil 2013 facilita o manuseio de dados e estimula análises. A ferramenta oferece um panorama do desenvolvimento humano dos municípios e a desigualdade entre eles em vários aspectos do bem-estar. Sua relevância vem justamente da capacidade de fornecer informações sobre a unidade político-administrativa mais próxima do cotidiano dos cidadãos: o município.
Os municípios brasileiros são peças importantes de um complexo mosaico, com inúmeros desafios, mas também enormes oportunidades. São mais de 5 mil territórios férteis em criatividade e experiências na busca por soluções inovadoras para o desenvolvimento local. Ao proporcionar um olhar mais próximo sobre os municípios brasileiros, o Atlas Brasil 2013 orienta caminhos e provoca reflexão sobre os rumos do desenvolvimento humano no país.
Para que serve o Atlas
O objetivo do Atlas Brasil 2013 é instrumentalizar a sociedade. A democratização de informações no âmbito municipal contribui para o fortalecimento das capacidades locais, o aprimoramento da gestão pública e o empoderamento dos cidadãos brasileiros por meio da ampliação do conhecimento sobre a sua realidade.
O Atlas colabora na consolidação de um diálogo informado e embasado sobre desenvolvimento a partir de uma referência utilizada internacionalmente - o Índice de Desenvolvimento Humano. É um instrumento de estímulo ao uso de dados socioeconômicos para a análise da nossa sociedade
O Atlas confere transparência aos processos de desenvolvimento em importantes temas sociais. O retrato fornecido pela ferramenta ajuda no acompanhamento dos caminhos trilhados pelos municípios brasileiros nos últimos 20 anos e ainda permite realizar análises para melhor traçar o futuro.
Desenvolvimento Humano
Desenvolvimento humano é o processo de ampliação das liberdades das pessoas, no que tange suas capacidades e as oportunidades a seu dispor, para que elas possam escolher a vida que desejam ter.
O processo de expansão das liberdades inclui as dinâmicas sociais, econômicas, políticas e ambientais necessárias para garantir uma variedade de oportunidades para as pessoas, bem como o ambiente propício para cada um exercer na plenitude seu potencial.
Assim, desenvolvimento humano deve ser centrado nas pessoas e na ampliação do seu bem-estar, entendido não como o acúmulo de riqueza e o aumento da renda, mas como a ampliação do escopo das escolhas e da capacidade e da liberdade de escolher. Nesta abordagem, a renda e a riqueza não são fins em si mesmas, mas meios para que as pessoas possam viver a vida que desejam.
O crescimento econômico de uma sociedade não se traduz automaticamente em qualidade de vida e, muitas vezes, o que se observa é o reforço das desigualdades. É preciso que este crescimento seja transformado em conquistas concretas para as pessoas: crianças mais saudáveis, educação universal e de qualidade, ampliação da participação política dos cidadãos, preservação ambiental, equilíbrio da renda e das oportunidades entre toda a população, maior liberdade de expressão, entre outras. Assim, ao colocar as pessoas no centro da análise do bem-estar, a abordagem de desenvolvimento humano redefine a maneira com que pensamos sobre e lidamos com o desenvolvimento – nacional e localmente.
O conceito de desenvolvimento humano, bem como sua medida, o Índice de Desenvolvimento Humano - IDH, foram apresentados em 1990, no primeiro Relatório de Desenvolvimento Humano do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, idealizado pelo economista paquistanês Mahbub ul Haq e com a colaboração e inspiração no pensamento do economista Amartya Sen.
A popularização da abordagem de desenvolvimento humano se deu com a criação e adoção do IDH como medida do grau de desenvolvimento humano de um país, em alternativa ao Produto Interno Bruto, hegemônico à época como medida de desenvolvimento.
O IDH reúne três dos requisitos mais importantes para a expansão das liberdades das pessoas: a oportunidade de se levar uma vida longa e saudável - saúde -, ter acesso ao conhecimento – educação - e poder desfrutar de um padrão de vida digno - renda.

O IDH obteve grande repercussão mundial devido principalmente à sua simplicidade, fácil compreensão e pela forma mais holística e abrangente de mensurar o desenvolvimento. Transformando em um único número a complexidade de três importantes dimensões, o IDH tornou-se uma forma de compreensão e fomento da discussão e reflexão ampla sobre o significado de desenvolvimento humano para a sociedade.
As três dimensões do IDH
VIDA LONGA E SAUDÁVEL (longevidade)
Ter uma vida longa e saudável é fundamental para a vida plena. A promoção do desenvolvimento humano requer que sejam ampliadas as oportunidades que as pessoas têm de evitar a morte prematura, e de garantir a elas um ambiente saudável, com acesso à saúde de qualidade, para que possam atingir o padrão mais elevado possível de saúde física e mental.

ACESSO AO CONHECIMENTO (educação)
O acesso ao conhecimento é um determinante crítico para o bem-estar e é essencial para o exercício das liberdades individuais, da autonomia e auto-estima. A educação é fundamental para expandir as habilidades das pessoas para que elas possam decidir sobre seu futuro. Educação constrói confiança, confere dignidade, e amplia os horizontes e as perspectivas de vida.

PADRÃO DE VIDA (renda)
A renda é essencial para acessarmos necessidades básicas como água, comida e abrigo, mas também para podermos transcender essas necessidades rumo a uma vida de escolhas genuínas e exercício de liberdades. A renda é um meio para uma série de fins, possibilita nossa opção por alternativas disponíveis e sua ausência pode limitar as oportunidades de vida.

Maiores informações no site: http://www.atlasbrasil.org.br/2013/
Consulte o perfil dos municípios brasileiros e o seu ranking estadual e nacional:

OBS.
Guaxupé está com uma média de 0,751 (considerada elevada), ocupa a posição 38º lugar no estado de Minas que possui 853 municípios e a colocação de 526º no Brasil com 5.565 municípios.

sábado, 13 de julho de 2013

AS GRANDES LAMBANÇAS (E AS HERANÇAS DO NEOLIBERALISMO DA DÉCADA DE 90)

Estaremos publicando alguns artigos do blog http://www.maurosantayana.com/ referente a questão da espionagem dos EUA no Brasil.

O caminho encontrado pelos Estados Unidos para ampliar a sua espionagem no mundo pode ser definido com um vocábulo bem brasileiro: tratou-se e se trata de uma grande lambança. Dominada a República pelo fundamentalismo mercantil (a expressão é de Celso Furtado), o governo de Washington, já a partir de Bush, terceirizou a mais grave obrigação dos estados nacionais – a segurança de suas fronteiras e de seus povos. Depois de contratar mercenários para os combates, passou a contratá-los para definir a estratégia internacional do país.
             Espionar os eventuais inimigos é uma prática universal, desde que se desenharam as fronteiras políticas. Os espiões têm que ser recrutados com extremo cuidado, a fim de que se garanta a sua lealdade. Ainda assim, os riscos são imensos, porque não há só a espionagem; existe também a contra-espionagem. Por isso mesmo, o mais famoso agente-duplo do mundo, o britânico Harold Russel Kim Philby, que chefiava uma das seções mais poderosas do MI6, era também o chefe da espionagem soviética no Reino Unido. Philby deu um sério conselho aos jovens que sonham com o romantismo e as emoções da espionagem: trabalhassem sempre por dinheiro, porque nunca saberiam a quem estariam realmente  servindo.
            Contratar empresas privadas para cuidar da segurança nacional pode ter sido a principal “lambança” de Washington, mas não foi a única. E contratar exatamente a Booz Allen pode ter contribuído para que a lambança fosse ainda maior, já que, a veracidade e a importância das informações recolhidas não devem ter sido de muita ajuda à Agência Nacional de Segurança dos Estados Unidos.
           Por falar nisso: há alguns anos, essa mesma Booz Allen, que levou 25 milhões de dólares do governo Fernando Henrique, para identificar “os gargalos” regionais que impediam o desenvolvimento do país, foi encarregada de planejar a reforma do Serviço de Promoção Comercial do Itamaraty. A empresa apresentou o seu projeto, seguido à risca pelo governo: reduzir ao máximo os funcionários contratados e as atividades do setor, de forma a eliminá-lo, na prática. Seguramente essa conclusão interessava aos EEUU. As embaixadas e os consulados americanos, pelo mundo a fora, têm duas tarefas primordiais: espionar e exercer o seu papel de braço avançado do comercio exterior e no apoio às suas multinacionais.
           A obsessão norte-americana pelo controle do mundo, mediante seus agentes, e da corrupção de servidores públicos dos países periféricos, torna seus serviços de inteligência altamente vulneráveis. É impossível fiar-se na fidelidade   de trinta e cinco mil pessoas, entre servidores de carreira e pessoal contratado, no caso, pela Booz Allen, para colher informações e propor providências ao poder executivo.
          Sabemos, agora, que somos dos países mais vigiados pelos norte-americanos. Aos nossos protestos, eles respondem com a mesma cantilena: irão  entender-se com os “parceiros e aliados” mediante os canais diplomáticos usuais.
          Diante dos fatos, cabe-nos agir com lucidez e a urgência. Se é impossível blindar as comunicações eletrônicas, vulneráveis aos hackers, oficiais ou não, e a satélites espiões, devemos, pelo menos, criar  sistema autônomo para as comunicações oficiais brasileiras. Devemos fortalecer com rapidez a nossa Telebrás. É necessário adquirir, de fornecedor confiável (melhor seria se fosse de um dos Brics), sistemas de satélites próprios, de rádio e cabo nossos, que sejam operados por oficiais brasileiros.
É em momentos como estes que vê-se a falta que faz uma emprezsa estatal de telecomunicações própria. Essa companhia existe, e se chama Telebras, mas não se permite que ela concorra diretamente no mercado e ela tem sido constantemente sabotada pelos interesses que defendem as multinacionais que exploram, com péssimos serviços e preços altíssimos, o mercado brasileiro de telecomunicações. Havia uma subsidiária da Telebras que cyuidava dos nossos satélites, a Embratel, que foi entregue, em outra grande lambança, ao mexicano Carlos Slim. A Telebras , como telecom, foi esquartejada, e seu mercado entregue aos estrangeiros.             
          Há outro fato, da mesma ou de maior gravidade: os Estados Unidos mantiveram (ou ainda mantêm?) sistema de rastreamento das comunicações de satélites em Brasília, ao que se informa sem o conhecimento das autoridades brasileiras.

         De passo em passo, de desastre em desastre, a credibilidade dos Estados Unidos despenca. Eles continuam a ser temidos. Mas deixaram de ser confiáveis, até mesmo para seus aliados.