sábado, 27 de agosto de 2011

Como Israel se vinga de meninos que atiram pedras. fonte: Independent.


Israel tem defendido fortemente seu comportamento, argumentando que o tratamento dados aos menores melhorou vastamente com a criação de uma corte militar juvenil dois anos atrás. Mas as crianças que enfrentaram a dura justiça da ocupação contam uma história bem diferente.
“Os problemas começam muito antes de as crianças serem trazidas para o tribunal, começam com a prisão delas”, diz Naomi Lalo, uma ativista do No Legal Frontiers, um grupo israelense que monitora os tribunais militares. É durante os interrogatórios que o destino da criança  “é decidido”, ela diz.
Sameer Shilu, de 12 anos, estava dormindo quando soldados derrubaram a porta da frente da casa dele uma noite. Ele e o irmão mais velho saíram do quarto com os olhos embaçados para encontrar seis soldados destruindo a sala-de-estar.
Checando o nome do menino na carteira de identidade do pai, o oficial israelense parecia “chocado” quando viu que precisava prender uma criança, disse o pai de Sameer, Saher. “Eu disse, ‘ele é muito jovem: por que você o quer?’ ‘Eu não sei’, ele respondeu”. Vendado e com as mãos dolorosamente atadas por algemas plásticas nas costas, Sameer foi colocado em um Jeep, com o pai gritando que não tivesse medo. “Nós choramos, todos nós”, o pai diz. “Eu conheço meus filhos; eles não atiram pedras”.
Nas horas que antecederam o interrogatório, Sameer foi mantido vendado e algemado, sem poder dormir. Eventualmente levado para um interrogatório sem um advogado ou parente presente, um homem o acusou de participar de uma demonstração e mostrou imagens de um menino atirando pedras, dizendo que era ele.
“Ele disse, ‘este é você’ e eu disse que não era eu. Então ele me perguntou, ‘quem são eles?’ e eu disse que não sabia”, Sammer conta. “A certa altura, o homem começou a gritar comigo, me agarrou pelo colarinho e disse ‘eu vou jogar você pela janela e te bater com um pau, se você não confessar’”.
Sameer, que se disse inocente, teve sorte; ele foi solto algumas horas depois. Mas a maior parte das crianças é amedrontada a ponto de assinar uma confissão, sob ameaça de violência física ou contra as famílias, como a da retirada das permissões de trabalho.
Quando uma confissão é assinada, os advogados geralmente orientam as crianças a aceitar um acordo e a servir uma sentença de prisão, mesmo que não sejam culpadas. Alegar inocência quase sempre representa longas ações no tribunal, durante as quais a criança quase sempre fica presa. Sentenças em favor das crianças são raras. “Numa corte militar, você deve saber que não deve procurar por justiça”, diz Gabi Lasky, uma advogada israelense que representou crianças.
Na maioria dos casos, crianças de até 12 anos de idade são arrancadas da cama à noite, algemadas e vendadas, ficam sem dormir ou sem comida, são submetidas a longos interrogatórios e então forçadas a assinar confissões em hebreu, um idioma que poucas tem capacidade de ler.
O grupo de Direitos Humanos B’Tselem concluiu que “os direitos dos menores são severamente violados, que a lei quase sempre fracassa na proteção de seus direitos, e que os poucos direitos dados a eles sob a lei não são implementados”.
Israel alega que trata os menores palestinos no espírito de sua própria lei para jovens mas, na prática, este é raramente o caso. Por exemplo, crianças não deveriam ser presas à noite, advogados e parentes deveriam estar presentes durante os interrogatórios e é preciso ler os direitos para as crianças presas. Mas Israel trata isso como comportamento recomendando, não como exigência legal, e os direitos das crianças são frequentemente violados. Israel considera jovens israelenses como crianças até 18 anos, enquanto palestinos são vistos como adultos a partir dos 16 anos de idade.
Advogados e ativistas dizem que mais de 200 crianças palestinas estão em prisões israelenses. “Se você quer prender estas crianças, se quer julgá-las”, diz a srta. Lalo, “tudo bem, mas faça isso de acordo com a lei de Israel. Dê a elas os seus direitos”.
A política de Israel tem sido bem sucedida num sentido: criar medo entre as crianças e evitar que elas participem de futuras manifestações. Mas as crianças ficam traumatizadas, sujeitas a pesadelos e a molhar a cama à noite. A maioria acaba perdendo o ano escolar, ou abandona a escola.
Os críticos de Israel dizem que a política em relação às crianças palestinas está criando uma nova geração de ativistas com os corações cheios de ódio contra Israel. Outros dizem que ela mancha o caráter do país. “Israel não tem nada que prender estas crianças, julgá-las ou oprimí-las”, a srta. Lalo diz, com os olhos marejados. “Elas não são nossas crianças. Meu país está fazendo muitas coisas erradas e as justificando. Nós deveríamos servir de exemplo, mas nos tornamos um estado opressor”.
Números de crianças detidas:
7000. O número estimado de crianças palestinas detidas e processadas pelos tribunais militares israelenses desde 2000, de acordo com relatório da Defesa Internacional de Crianças Palestinas (DCIP).
87. Porcentagem de crianças submetidas a alguma forma de violência física durante a custódia. Cerca de 91% tiveram os olhos vendados em algum momento da detenção.
12. A idade mínima de responsabilidade criminal, conforme estipulado pela Ordem Militar 1651.
62. Porcentagem das crianças presas entre meia-noite e 5 da manhã.
É um ABSURDO essa violação criminosa de Israel, imaginem se fosse o contrário? Certeza que todos os meios de comunicação, que se dizem "éticos", estariam indignados com os Palestinos e tecendo pesadas críticas. Já Israel tem o poder economico e midiático a seu favor agem como nazistas.

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Governo fecha marco civil da internet e proíbe filtragem de conteúdo

Projeto que garante direitos dos usuários de internet impede provedor de acesso de censurar conteúdo. Conexão à rede estará protegida por sigilo e só poderá ser barrada por falta de pagamento. Internautas poderão entrar coletivamente na Justiça para defender direitos. A proposta foi fechada pela presidenta Dilma Rousseff segunda-feira, dia 22, e vai ao Congresso nos próximos dias. Carta Maior.

O governo vai propor ao Congresso um marco civil da internet, com dispositivos que definem e garantem os direitos dos usuários, contemplando uma das principais reivindicações dos internautas-militantes que veem neste tipo de mídia um espaço de liberdade total de expressão e de ação política. Os provedores de acesso estarão proibidos de filtrar e censurar conteúdo, porque a rede terá de ser “neutra”.
O projeto foi fechado pela presidenta Dilma Rousseff com ministros e assessores na segunda-feira, dia 22. A informação foi dada pelo ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, nessa terça-feira, dia 23, durante audiência pública na Câmara dos Deputados. O marco civil será enviado pelo Palácio do Planalto ao Congresso nos próximos dias.
Uma fonte do governo revelou à Carta Maior alguns pontos da proposta. O acesso à internet só poderá ser cortado por falta de pagamento. Nenhuma outra razão, como opinião, justificará restrições. A comunicação entre usuários estará formalmente protegida por sigilo. A quebra dependerá da Justiça ou da anuência da pessoa.
Os registros de conexão dos usuários à internet também estarão protegidos por sigilo. Ao requisitar a quebra, a polícia terá de comprovar a existência de indícios de ilícitos por parte da pessoa e que a posse daquela informação ajudará nas investigações.
O projeto disciplina como estes registros deverão ser guardados pelos provedores – a partir dos IPs dos computadores e por prazo determinado. Enquanto estiverem arquivados, a polícia também poderá pedir quebra de sigilo à Justiça.
Apesar de prever a possibilidade de acesso a registros de conexão, o projeto impede que sejam armazenados os registros de navegação dos usuários, ou seja, que monitore o histórico de conteúdos acessados. Os responsáveis pela provisão de conteúdos, como blogs e portais, não precisam guardar registros.
Os responsáveis pela conexão e pela transmissão de dados não serão responsabilizados solidariamente pelo conteúdo disponibilizado, em caso de algum problema judicial.
Para defender o cumprimento dos direitos, o projeto permite que as pessoas entrem na Justiça de forma coletiva, por meio de ações civis públicas, que têm mais força do que uma individual.
AI-5 Digital
A elaboração do projeto começou em 2009, depois de o Senado aprovar um projeto do hoje deputado Eduardo Azeredo (PSDB-MG) que tipifica algumas práticas na internet como crimes. O texto ganhou o apelido pejorativo de AI-5 Digital.
Os usuários-militantes da internet são contra a proposta e acham que a criminalização não deveria ser discutida antes de os direitos estarem assegurados.
O governo federal entrou na disputa ao lado dos militantes e, desde então, passou a construir o marco civil. O Ministério da Justiça submeteu uma minuta de proposta a dois processos de consultas públicas, nas quais foram feitas mais de duas mil sugestões.

Até hoje, o AI-5 Digital espera por votação final na Câmara dos Deputados

domingo, 21 de agosto de 2011

Geopolítica ambiental: Governados por cegos e irresponsáveis. Leonardo Boff

Somos governados por cegos e irresponsáveis, incapazes de dar-se conta das consequências do sistema econômico-político-cultural que defendem. Criou-se uma cultura do consumismo propalada por toda a mídia. Há que consumir o último tipo de celular, de tênis, de computador. 66% do PIB norte americano não vem da produção mas do consumo generalizado.
Afunilando as muitas análises feitas acerca do complexo de crises que nos assolam, chegamos a algo que nos parece central e que cabe refletir seriamente. As sociedades, a globalização, o processo produtivo, o sistema econômico-financeiro, os sonhos predominantes e o objeto explícito do desejo das grandes maiorias é: consumir e consumir sem limites. Criou-se uma cultura do consumismo propalada por toda a mídia. Há que consumir o último tipo de celular, de tênis, de computador. 66% do PIB norte americano não vem da produção mas do consumo generalizado.
As autoridades inglesas se surpreenderam ao constatar que entre os milhares que faziam turbulências nas várias cidades não estavam apenas os habituais estrangeiros em conflito entre si, mas muitos universitários, ingleses desempregados, professores e até recrutas. Era gente enfurecida porque não tinha acesso ao tão propalado consumo. Não questionavam o paradigma do consumo mas as formas de exclusão dele.
No Reino Unido, depois de M.Thatcher e nos USA depois de R. Reagan, como em geral no mundo, grassa grande desigualdade social. Naquele país, as receitas dos mais ricos cresceram nos últimos anos 273 vezes mais do que as dos pobres, nos informa a Carta Maior de 12/08/2011.
Então não é de se admirar a decepção dos frustrados face a um “software social” que lhes nega o acesso ao consumo e face aos cortes do orçamento social, na ordem de 70% que os penaliza pesadamente. 70% do centros de lazer para jovens foram simplesmente fechados.
O alarmante é que nem primeiro ministro David Cameron nem os membros da Câmara dos Comuns se deram ao trabalho de perguntar pelo porquê dos saques nas várias cidades. Responderam com o pior meio: mais violência institucional. O conservador Cameron disse com todas as letras:”vamos prender os suspeitos e publicar seus rostos nos meios de comunicação sem nos importarmos com as fictícias preocupações com os direitos humanos”. Eis uma solução do impiedoso capitalismo neo-liberal: se a ordem que é desigual e injusta, o exige, se anula a democracia e se passa por cima dos direitos humanos. Logo no pais onde nasceram as primeiras declarações dos direitos dos cidadãos.
Se bem reparmos, estamos enredados num círculo vicioso que poderá nos destruir: precisamos produzir para permitir o tal consumo. Sem consumo as empresas vão à falência. Para produzir, elas precisam dos recursos da natureza. Estes estão cada vez mas escassos e já delapidamos a Terra em 30% a mais do que ela pode repor. Se pararmos de extrair, produzir, vender e consumir não há crescimento econômico. Sem crescimento anual os países entram em recessão, gerando altas taxas de desemprego. Com o desemprego, irrompem o caos social explosivo, depredações e todo tipo de conflitos. Como sair desta armadilha que nos preparamos a nós mesmos?
O contrário do consumo não é o não consumo, mas um novo “software social” na feliz expressão do cientista político Luiz Gonzaga de Souza Lima. Quer dizer, urge um novo acordo entre consumo solidário e frugal, acessível a todos e os limites intransponíveis da natureza. Como fazer? Várias são as sugestões: um “modo sustentável de vida”da Carta da Terra, o “bem viver” das culturas andinas, fundada no equilíbrio homem/Terra, economia solidária, bio-sócio-economia, “capitalismo natural”(expressão infeliz) que tenta integrar os ciclos biológicos na vida econômica e social e outras.
Mas não é sobre isso que falam quando os chefes dos Estados opulentos se reúnem. Lá se trata de salvar o sistema que vêem dando água por todos os lados. Sabem que a natureza não está mais podendo pagar o alto preço que o modelo consumista cobra. Já está a ponto de pôr em risco a sobrevivência da vida e o futuro das próximas gerações. Somos governados por cegos e irresponsáveis, incapazes de dar-se conta das consequências do sistema econômico-político-cultural que defendem.
É imperativo um novo rumo global, caso quisermos garantir nossa vida e a dos demais seres vivos. A civilização técnico-científica que nos permitiu níveis exacerbados de consumo pode pôr fim a si mesma, destruir a vida e degradar a Terra. Seguramente não é para isso que chegamos até a este ponto no processo de evolução. Urge coragem para mudanças radicais, se ainda alimentamos um pouco de amor a nós mesmos.

Complementando a postagem anterior. Revista “esquerdista” fala em guerra de classes mundial.

Por Luiz Carlos Azenha (blog viomundo).
Primeiro foi o Nouriel Roubini que, em entrevista ao revolucionário Wall Street Journal, disse que Marx estava certo.
Agora, aquela revista esquerdista chamada Forbes publicou um texto muito disseminado nas redes sociais nos Estados Unidos.
No artigo, Joel Kotkin elenca uma série de número:
* 1 milhão de jovens britânicos estão desempregados.
* 50% das crianças de Londres vivem na pobreza.
* 20% dos adolescentes americanos estão desempregados, taxa que chega a 50% em Washington.
* dois quintos dos americanos que tem 18 e 19 anos de idade estão desempregados ou fora da força de trabalho.
* 43% dos americanos brancos sem diploma universitário avaliam que a vida está piorando.
Ele escreve:
“O endurecimento das divisões de classe tem se acumulado por uma geração, primeiro no Ocidente mas crescentemente em países de rápido desenvolvimento como a China. A crescente divisão de classes tem suas raízes na globalização, que custou empregos aos colarinhos azuis e agora mesmo aos colarinhos brancos; na tecnologia, que permitiu a empresas e indivíduos mais ricos mudar suas operações com velocidade rápida para qualquer lugar; e na secularização da sociedade, que solapou os valores tradicionais do trabalho e da família que eram básicos do capitalismo de raízes desde suas origens.
Todos estes fatores podem ser vistos nos distúrbios britânicos. Relações raciais e com a polícia tiveram um papel, mas entre os amotinados havia mais que gente das minorias ou gangsters. Como o historiador britânico James Heartfield sugeriu, os amotinados refletiram um rompimento mais amplo do “sistema social britânico”, particularmente o “sistema de trabalho e de recompensa”.
Nas primeiras décadas do século 20, jovens da classe trabalhadora poderiam contar com trabalho na vibrante economia industrial do Reino Unido e, mais tarde, no crescente setor público largamente financiado pelos ganhos [financeiros] da City e ao crédito. Hoje, o setor industrial encolheu e está irreconhecível. A crise financeira solapou o crédito e a capacidade do governo de bancar o estado de bem estar social”.
Mais adiante:
“A perspectiva de um crescente conflito de classe existe mesmo na China, onde a desigualdade social é uma das piores do mundo. Não causou surpresa uma pesquisa conduzida pela Academia de Ciências Sociais de Zhejiang mostrando que 96% dos entrevistados sentem “ressentimento contra os ricos”. Enquanto o Tea Party e os esquerdistas nos Estados Unidos acusam o capitalismo entre amigos do regime Bush-Obama-Bernanke, os trabalhadores e os chineses de classe média estão diante de uma classe governante hegemônica que consiste de autoridades e capitalistas ricos. Que isso se dá sob um regime supostamente “marxista-leninista” é ao mesmo tempo irônico e obsceno”.
Diante disso, ele prevê que a onda mundial de distúrbios vai se espalhar e chegará aos Estados Unidos.
Com as bolsas de valores derretendo mais uma vez, é sempre bom ficar de olho nos alertas destas publicações esquerdistas como o Wall Street Journal e a Forbes.

O movimento Tea Party

(em inglês: Tea Party movement) é um movimento social e político populista, conservador, de ultradireita, surgido nos Estados Unidos em 2009 através de uma série de protestos coordenados tanto no nível local como nacional. Os protestos foram, parcialmente, em resposta a diversas leis federais, como o Plano de resgate econômico de 2008, a Lei de Recuperação e Reivestimento dos Estados Unidos de 2009 e as leis de reforma do sistema de saúde do país. O movimento defende uma política fiscal conservadora e o originalismo, isto é, a interpretação do texto constitucional segundo o seu significado à época em que foi adotado.
O Tea Party não é um partido político, oficialmente não apresenta candidatos e seu nome não apareceu em nenhuma cédula eleitoral.
O nome de "Tea Party" é uma referência ao Boston Tea Party de 1773 (Festa do Chá de Boston), ou o Manifesto do Chá de Boston, uma ação direta dos colonos americanos de Boston, contra o governo britânico e a Companhia das Índias Ocidentais, que detinha o monopólio do chá que entrava nas colônias. No porto de Boston, um grupo de colonos abordou os navios carregados de chá e atirou a carga às águas, em protesto contra o monopólio e o imposto sobre o chá, que consideravam abusivo.
Segundo o pesquisador Scott Rasmussen, as operações de instituições financeiras em dificuldades, durante as administrações Bush e Obama, foram o motivo da ascensão do Tea Party. Rasmussen acrescenta que a ira do novo movimento se concentra em dois pontos: "Eles acreditam que a despesa, o déficit e os impostos federais são muito altos, e eles acham que ninguém em Washington, D.C. os está ouvindo, e que este último ponto é muito, muito importante."
O movimento não tem uma liderança central e resulta da adesão informal de grupos locais menores. Cerca de 30% dos americanos apóiam o Tea Party e suas opiniões coincidem, em linhas gerais, com as dos eleitores republicanos, de acordo com a análise de pesquisas feitas em março, maio e junho de 2010. As principais preocupações do movimento incluem o corte do tamanho do governo, a redução de impostos, do desperdício, da dívida pública e do déficit do orçamento federal, além do retorno à interpretação original da Constituição dos Estados Unidos.
Está crescendo no mundo os movimentos de direita, conservadora e preconceituosa, podemos observar na Noruega, outros países da Europa, EUA e até algumas cópias, para variar, no Brasil. Os Grupos defensores da democracia precisam estar atentos a esses movimentos em especial com a grande mídia, que dá total apoio. Basta observarmos as coberturas das TVs no Brasil, BBC e outras sobre as manifestações de jovens em londres.

terça-feira, 16 de agosto de 2011

Radiação recorde é detectada em Fukushima.

Mais de quatro meses depois do acidente nuclear ocorrido nessa central em consequência do terremoto e posterior tsunami de 11 de março, foram registados níveis recordes de radioatividade.

A Companhia de Energia Elétrica Tóquio (Tepco) informou que contadores Geiger – aparelhos manuais usados para medir a radiação – registaram, no dia 1º, a leitura mais alta possível na central. A radiação excede os dez sieverts por hora no fundo de uma coluna de ventilação localizada entre dois reatores, informou a companhia. Aela Callan, da rede de televisão Al Jazeera, informou, da cidade de Ibaraki, que a radiação registrada era “fatal para os seres humanos”, mas que se restringia ao local da central atômica. Entretanto, ontem (15-08) os cientistas fizeram novos testes.
“As autoridades trabalham com a teoria de que a radioatividade procede das explosões iniciais de hidrogênio que vimos na central nos dias posteriores ao terramoto e ao tsunami”, disse Callan. “Agora, parece mais provável que esta área tenha este grau de radioatividade desde o terremoto e o tsunami sem que ninguém tivesse dado conta disso até o momento”, acrescentou.
A Tepco informou ontem que encontrou outro ponto no próprio sistema de ventilação onde a radiação superava os dez sievers por hora, um registo que poderia causar incapacidade ou morte com apenas segundos de exposição. A empresa usou equipamentos para medir a radiação à distância e não conseguiu assegurar o nível exato, porque a leitura máxima alcançada pelo aparelho é de dez sieverts. Embora a empresa afirme que as leituras não dificultarão seu objetivo de estabilizar os reatores de Fukushima até janeiro, os especialistas questionam que a segurança dos trabalhadores estará em perigo se a Tepco priorizar o cumprimento dos prazos acima dos riscos de radiação.
“O vazamento de radiação na central pode ter sido controlado ou reduzido, mas não selado completamente”, afirmou Kenji Sumita, professor da Universidade de Osaka que se especializa em engenharia nuclear. É provável que se continue encontrando mais pontos de alta radiação, acrescentou. “Considerando isto, não deveria haver pressa para as tarefas de recuperação na usina para cumprir prazos e objetivos, já que isso colocaria em perigo os trabalhadores”, disse Sumita. “Passamos a fase imediata da crise e devem ser permitidos alguns atrasos”, ressaltou.
Os trabalhadores da central de Fukushima só podem se expor a 250 milisieverts de radiação por ano. A Tepco, que fornece eletricidade a Tóquio e áreas vizinhas, disse não ter detectado um grave aumento na radiação geral do complexo. “A elevada dose foi descoberta numa área que não serve de obstáculo aos esforços de recuperação da central”, disse ontem Junichi Matsumoto, um porta-voz da companhia.
Embora ainda investigue o caso, a Tepco disse que os pontos de alta radiação podem ter origem nos escombros que ficaram após as ações de emergência realizadas dias após o terremoto e o tsunami de 11 de março.

domingo, 14 de agosto de 2011

Londres e a crise do neoliberalismo.


Ken Smith é dono de uma loja em Brixton, bairro no sul de Londres em que houve um dos protestos considerados mais violentos da onda de ataques que tomou conta da capital inglesa entre os dias 6 e 9 de agosto. Ele estava lá, apesar de ser tarde da noite de segunda para terça-feira, e viu quando os jovens quebraram vitrines de lojas e colocaram fogo em carros.
Smith tem a sua explicação para os protestos que fizeram o mundo todo virar os olhos para Londres, embora ela não seja simples. Para ele, há diversas causas escondidas no que muitos vêem apenas vandalismo e que começou sábado (6) como um protesto legítimo contra o suposto assassinato de um homem por agentes da Scotland Yard, a polícia britânica, na quinta-feira passada (4/08), no bairro de Tottenham, que registra altos índices de desemprego. Enquanto a maioria acredita que os manifestantes sejam apenas criminosos se aproveitando da situação para roubar, ele sustenta que a violência dos últimos dias é uma questão social.
“Esta geração que nasceu lá por 1995 é de jovens excluídos socialmente. Eles vivem uma subcultura. Provavelmente muitos dos adolescentes sequer soubessem quem era Mark Duggan (jovem assassinado) e por que os protestos começaram. Mas alguma coisa os tirou de suas casas para que fossem às ruas em uma tentativa de chamar a atenção e saquear. Ele diz que o problema vem de uma ou duas décadas atrás e reside na diferença de classes, muito marcada na Inglaterra, e incentivada pela mídia. “A TV, a música, tudo influencia para fazer de você quem você é. A TV diz o que você tem que vestir. As crianças querem roupas legais, tênis, celulares. E quando elas não têm as coisas elas ficam frustradas.”
O fato é que os acontecimentos coincidem com o momento em que a Inglaterra vive sua maior crise nos últimos 50 anos – quem faz a afirmação é o prefeito de Londres, Boris Johnson, também do Partido Conservador, em artigo na edição de terça-feira (9) do jornal Evening Standard, distribuído gratuita e massivamente todas as tardes nas estações de metrô. E, em momentos de crise, quem costuma sentir as consequências são os mais pobres, através da redução de benefícios sociais e do desemprego.
Para ficar em poucos exemplos, este ano o governo do conservador David Cameron cortou bolsas de estudos nas extremamente caras universidades britânicas, ao mesmo tempo em que o valor das anuidades subiu. As restrições para o trabalho de imigrantes estão cada vez maiores, em um país em cuja capital se ouve quase mais línguas estrangeiras do que inglês nas ruas. Ainda que a maioria não tenha consciência do que gera a insatisfação, ela existe.
E o governo, ancorado nos meios de comunicação, não parece muito interessado em procurar explicações. Tem colunista de jornal até citando o filósofo Thomas Hobbes e seu estado de natureza para explicar o caos nas ruas inglesas, como se o problema residisse no excesso de liberdade e a solução estivesse em um governo forte, capaz de decidir por todos. Colocar 16 mil policiais nas ruas foi a única resposta do primeiro-ministro, enquanto afirmava que enfrentaria os criminosos com mãos de ferro, com frases que deixariam os defensores de direitos humanos de cabelo em pé, como estas: “Vocês vão sentir toda a força da lei. Se você tem idade suficiente para cometer crimes, você tem idade suficiente para encarar a punição”. Desta forma, ele joga toda a responsabilidade para os jovens e busca não refletir sobre por que a sociedade tem crianças e adolescentes que cometem esses atos.
A força policial de fato encerrou os protestos, e agora os londrinos dormem tranquilos. Garantir o metrô e os ônibus funcionando e as ruas em aparente tranquilidade parece o suficiente para Cameron. Já são mais de 1.100 pessoas presas na Inglaterra, 805 só em Londres, e assim parece que o problema foi solucionado. De fato, para quem trata uma manifestação social dessa magnitude como “criminalidade, pura e simples”, basta encerrar os ataques que a noite de sono tranquilo está garantida. Mas as pessoas continuam lá, o desemprego aumenta, a crise corrói.
Agora a situação está sob controle na Inglaterra, e a rainha pode ficar aliviada. David Cameron passou por um difícil teste ao controlar a violência, mas só o fato de ela ter começado e de ter atingido a proporção que atingiu já é suficientemente significativo de que o país não está navegando em mares tão calmos e sob controle. Resta saber se agora os olhos vão se abrir e gerar alguma reação política efetiva para a vida dos cidadãos e cidadãs ou se o governo vai continuar fingindo que não aconteceu nada além de incêndios, roubos e três mortes sem causa e sem importância social. Se tratar como um sangramento já estancado, ele vai voltar a abrir.

"CHILE MARAVILHA"

Por que lutam os estudantes chilenos (15-07-2011).
O momento coloca em xeque a visão de um “Chile-maravilha”, comprada por parte da sociedade brasileira e dos países ricos. Os estudantes querem colocar a nu um sistema educacional que consideram desigual e excludente. A conta que hoje se cobra foi apresentada pela primeira vez em 2006, quando centenas de milhares de estudantes secundaristas foram às ruas, na chamada Revolta dos Pinguins. O que se queria era o fim da municipalização do ensino, o fim do lucro nos colégios privados, a gratuidade da prova de seleção universitária e a anulação da lei do período Pinochet, que criava as várias categorias de escolas.
Repressão, a resposta de Piñera aos estudantes chilenos (04-08-2011).
O centro de Santiago amanheceu com barricadas nesta quinta-feira (4), que cortaram o trânsito em vários pontos, como antessala das mobilizações em defesa da educação pública que já tinham sido proibidas pelo governo. Não obstante, a concentração iniciou na avenida Alameda, rodeada por mil carabineiros que, minutos antes da marcha, avançaram com carros com jatos d’água e gases para dispersar os primeiros grupos. O governo conservador de Sebastián Piñera respondeu à nova manifestação dos estudantes chilenos, com balas de borracha, gás lacrimogêneo e 133 detenções.
Protesto estudantil no Chile traz à memória ditadura de Pinochet (05-08-2011).
A mobilização de quinta-feira foi a mais violenta desde que se iniciaram os protestos, no dia 6 de junho. Antes que os estudantes conseguissem se juntar no centro de Santiago foram reprimidos duramente pela polícia, o que fez lembrar os piores momentos da ditadura de Pinochet. A permanência no gabinete de Piñera de vários ex-colaboradores do falecido ditador chileno, foi considerado um horrível deja vu por parte da cidadania que relaciona este governo com esses anos obscuros onde as botas e as baionetas governavam o Chile.
Os estudantes saem novamente às ruas no Chile (09-08-2011).
A Federação de Estudantes do Chile convocou a realização de panelaços em diversos pontos da capital na noite desta terça-feira, depois das novas detenções realizadas pelos carabineiros e da aparição de um grupo de encapuzados que provocaram incidentes em Santiago durante a mobilização de mais de 100 mil estudantes que pediram, mais uma vez, uma reforma educacional que garanta a gratuidade do ensino em seus três níveis.

120 mil pessoas dizem não à educação de Pinochet (10-08-2011).
A bandeira de luta – que se mescla com as dos trabalhadores do setor de mineração do cobre, dos desempregados, dos ecologistas, dos sufocados pelo sistema creditício, entre outros milhares de anônimos cansados dos abusos – é o fim da lógica de mercado no setor, além da volta da gratuidade da educação pública para os setores de menor renda da população. Cerca de 200 mil pessoas saíram tranquilamente às ruas do país para protestar contra um governo de direita que já não os representa. O artigo é de Christian Palma, direto de Santiago de Chile.

domingo, 7 de agosto de 2011

Nota da dívida dos EUA é rebaixada.


(Agência Brasil 6 de agosto de 2011)
A agência de classificação de risco Standard and Poor’s rebaixou nesta sexta-feira 5 a nota da dívida americana de longo prazo, que tinha a nota máxima, AAA, para AA+. Foi a primeira vez na história que a agência classificou a dívida dos Estados Unidos abaixo do nível máximo. As informações são da BBC Brasil.
De acordo com a agência, o maior risco é político. A Standard and Poor’s considera que o acordo fechado entre o governo americano e o Congresso para elevar o teto do endividamento do país não foi suficiente para reduzir a preocupação com o futuro da economia dos EUA.
“O rebaixamento reflete a nossa opinião de que o plano de consolidação fiscal que o Congresso e o governo recentemente fecharam não atinge o objetivo do que, ao nosso ver, seria necessário para estabilizar a dinâmica da dívida do governo a médio prazo”, diz um comunicado da Standard and Poor’s, divulgado na noite de hoje.
“De maneira mais ampla, o rebaixamento reflete a nossa visão de que a eficiência, a estabilidade e a previsibilidade da elaboração de políticas americanas e das instituições políticas enfraqueceram em um momento de desafios correntes fiscais e econômicos.”
Durante o dia, quando surgiram rumores sobre um possível rebaixamento da dívida americana, integrantes do governo disseram à mídia do país que a análise da situação econômica feita pela agência estava profundamente equivocada.
Mais cedo, o presidente dos EUA, Barack Obama, tentou tranquilizar os mercados globais, dizendo que “as coisas vão melhorar”. “Temos que fazer ainda melhor que isso.”
“Vamos atravessar isso juntos. As coisas vão melhorar”, disse ele, que comentou os dados divulgados hoje que mostram que foram criados 117 mil empregos no país, reduzindo o desemprego de 9,2% para 9,1%.
O rebaixamento pode corroer ainda mais a confiança dos investidores externos na economia americana, que já enfrenta dificuldades para sair da recessão, com enormes dívidas e uma taxa de desemprego considerada alta para o país

MINEIROS VAMOS APOIAR OS PROFESSORES, não acreditem nas propagandas enganosas do Governo Anastasia.

POR MELHORES CONDIÇÕES DE TRABALHO, SALÁRIO E EDUCAÇÃO.