sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Herança neoliberal, políticas recessivas intensificam crise financeira no mundo.


Programa neoliberal, que enfraqueceu a capacidade de planejamento dos Estados e fortaleceu o poder dos mercados, cinicamente propõe a sua solução para a crise, baseada em corte de gastos públicos e recessão econômica - apesar de todos os sinais de fracasso dessas políticas. Questão foi discutida no seminário "Neoliberalismo: um colapso inconcluso", promovido pela Carta Maior em São Paulo e que reuniu especialistas para um debate sobre a natureza da crise e como o Brasil poderia agir para ser protagonista de uma nova etapa do concerto de nações.  Data: 13/09/2011.

Dentro do possível, o Brasil está se saindo bem no enfrentamento desta nova etapa da crise financeira global, em 2011. A aposta em uma política econômica anticíclica, novamente empregada agora, é um remédio que já foi testado com sucesso em 2008 e deve evitar uma contaminação mais intensa do ambiente local pelos problemas vividos nos Estados Unidos e na Europa. Mas nada está definido, diante do grau de desconcerto do sistema financeiro e da falta de acordo entre as nações sobre mecanismos de governança global. O disputa ideológica segue intensa. O programa neoliberal, que enfraqueceu a capacidade de planejamento dos Estados e fortaleceu o poder dos mercados, também propõe a sua solução para a crise, baseada em corte de gastos públicos e recessão econômica. É essa a opção da grande mídia brasileira, expressa na opinião de seus colunistas, mas não precisa ser - como não está sendo - a do país.

A análise descrita acima é um dos diagnósticos que podem ser tirados do seminário "Neoliberalismo: um colapso inconcluso", promovido pela Carta Maior nesta segunda-feira (12), em São Paulo, com apoio da PUC-SP. O evento reuniu notórios especialistas em diversas áreas do conhecimento para um debate sobre a natureza da crise atual, os seus desenlaces possíveis, as propostas alternativas para combater o descalabro financeiro e como o Brasil poderia agir para se proteger e se tornar protagonista de uma nova etapa do concerto de nações. O seminário, mediado pelo professor de jornalismo da USP Laurindo Leal Filho, foi transmitido ao vivo pela TV Carta Maior. Participaram:

- Luiz Gonzaga Belluzzo (Unicamp)
- Maryse Farhi (Unicamp)
- Emir Sader (Uerj)
- Samuel Pinheiro Guimarães (Itamaraty)
- Ignacy Sachs (Escola de Altos Estudos em Ciências Sociais - Paris)
- Ladislau Dowbor (PUC-SP)
- Paulo Kliass (Governo Federal - funcionário de carreira)
- Marcio Pochmann (Ipea)

Pessoal confiram no site as discussões que surgiram no seminário, foi muito bom. www.cartamaior.com.br
ABRAÇOS Cássio.

Número de pessoas abaixo da linha pobreza bate recorde nos EUA.

O número de pessoas vivendo abaixo da linha da pobreza nos Estados Unidos aumentou para 15,1% da população em 2010, chegando ao recorde de 46,2 milhões de pessoas. É o maior contingente de pessoas abaixo da linha da pobreza dos últimos 52 anos, desde que os dados começaram a ser coletados. O índice de aumento no número de pobres foi registrado pelo terceiro ano consecutivo e é o maior desde 1993.
( Agência Brasil).

O número de pessoas vivendo abaixo da linha da pobreza nos Estados Unidos aumentou para 15,1% da população em 2010, chegando ao recorde de 46,2 milhões de pessoas. Os dados são do censo norte-americano, divulgado terça-feira (13). É o maior contingente de pessoas abaixo da linha da pobreza dos últimos 52 anos, desde que os dados começaram a ser coletados. Em 2009, 14,3% da população norte-americana vivia abaixo da linha da pobreza.
O índice de aumento no número de pobres foi registrado pelo terceiro ano consecutivo e é o maior desde 1993. Atualmente, um em cada seis americanos vive na pobreza. Os Estados Unidos passam por um dos seus piores momentos econômicos. O governo tenta buscar meios para reduzir os impactos da crise, mas há também dificuldades políticas envolvendo as negociações.
Na segunda-feira (12), o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, pediu ao Congresso que aprove, o mais rápido o possível, sem postergações ou manobras, o projeto de lei que propõe medidas para a geração de empregos. O pacote prevê a criação de postos de trabalho a partir de cortes de impostos, gastos em projetos sociais e ajuda para governos locais e estaduais.
No último dia 8, Obama anunciou cortes de impostos para pequenos negócios e a classe média e o aumento da tributação sobre as grandes empresas e os mais ricos, como fundamentos da proposta de US$ 447 bilhões destinados a reativar a criação de empregos nos Estados Unidos.
VIVA O NEOLIBERALISMO...

Regulação da mídia.

A “ameaça à liberdade de imprensa” voltou a ser pauta nacional nesta semana, depois de o PT ter defendido, em seu 4º Congresso, o marco regulatório da comunicação. Debate travado há décadas no Brasil, a regulação do mercado das comunicações não avança pelo interesses das grandes empresas mas, também, pela ausência de uma proposta concreta do atual governo federal, que debate o tema há nove anos. A avaliação é do sociólogo e jornalista Venício Artur de Lima, professor aposentado da Universidade de Brasília (UnB).
“Na medida em que o governo não coloca na rua um projeto, ele próprio dá margem a que os interesses contrários a qualquer forma de regulação façam as mais estapafúrdias acusações”, aponta o pesquisador.
Autor dos livros “Mídia: Teoria e Politica” e “Regulação das Comunicações: História, Poder e Direitos”, entre outras obras, Venício Artur de Lima sustenta que o marco regulatório da comunicação é uma regulação do mercado, e não uma censura aos veículos de imprensa. Questões como a formação de monopólios e oligopólios, propriedade cruzada de meios de comunicação e controle de emissoras de rádio e TV por parlamentares precisam ser regulamentadas. ”O marco regulatório é uma regulação de mercado e a regulação do que já existe na Constituição, por exemplo, em relação a princípios e normas de programação, proteção de populações específicas como crianças em relação à publicidade, que existe no mundo inteiro”, explica.
O pesquisador defende que o governo apresente logo a proposta, gestada pelo ministro Franklin Martins durante o governo Lula e trabalhada, este ano, pelo ministro das Comunicações, Paulo Bernardo. Mas vê com pessimismo que as mudanças sejam aprovadas no Congresso Nacional. “Se você tomar como referência as duas últimas décadas, a possibilidade de haver alguma modificação no Congresso é muito difícil”, afirma.

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

De novo, o padrão globo de jornalismo.

Reproduzo a manchete de O Globo do dia 6 de abril, com a “condenação” da Organização dos Estados Americanos à construção da Usina de Belo Monte e a materinha, na página 25 de hoje (15/09), dizendo que a OEA nada tem contra a obra e que faltou-lhe informação quando se manifestou contrária a ela.
A diferença de tratamento é grande, não é preciso sequer dar usar argumentos diante deste flagrante desequilíbrio. É o padrão Ricúpero de jornalismo: “o que é bom a gente mostra, o que é ruim, a gente esconde”.
Neste caso, a condenação a Belo Monte pela OEA é o “bom”, o arrependimento da Organização é o “ruim”, não é mesmo.
Esqueçam qualquer discussão séria – e necessária – sobre questões ambientais e econômicas. Tudo é política e propaganda. Havia ou não havia razão para, há um mês, a gente dizer que o Código de Ética da Globo merece apenas uma risada.
Não e esqueçam a partidarização dos meios de comunicação como Globo, Folha, Veja, etc.

Internet assusta os poderosos.

          Numa noite de sábado o Jornal Nacional surpreendeu os telespectadores. Depois de um intervalo comercial, os apresentadores titulares do programa (que geralmente não trabalham aos sábados) passaram a ler o princípios editoriais das Organizações Globo. Muita gente ficou intrigada. Porque aquilo naquela hora? Não havia mais nenhuma notícia importante no mundo a ser dada? E porque só agora, depois de 86 anos de existência, a empresa resolveu divulgar na TV suas normas de trabalho?
Milhões de telespectadores em todo o Brasil ficaram sem respostas. Só quem tem acesso à internet soube do que se tratava. A explicação para o inusitado texto lido no Jornal Nacional estava no blogue “O Escrevinhador”, de Rodrigo Vianna. Nele eram reproduzidas informações de um jornalista da Globo sobre como a emissora pretendia cobrir a indicação do embaixador Celso Amorim para o Ministério da Defesa.
Durante os oito anos do governo Lula em que esteve à frente do Ministério das Relações Exteriores, Amorim sempre foi visto com desagrado pelas Organizações Globo. A empresa não engolia as posições do ministro em defesa da soberania nacional, principalmente quando elas não coincidiam com os interesses dos Estados Unidos.
A volta de Amorim ao primeiro escalão do governo foi uma afronta para a Globo. Segundo o jornalista mencionado no blogue a orientação da empresa era clara: “os pauteiros devem buscar entrevistados para o Jornal Nacional, Jornal da Globo e Bom dia Brasil que comprovem a tese de que a escolha de Celso Amorim vai gerar ‘turbulência’ no meio militar. Os repórteres já recebem a pauta assim, direcionada: o texto final das reportagens deve seguir essa linha. Não há escolha”.
Pena que só internautas atentos ficaram sabendo disso. Jornais e revistas não repercutiram o assunto e muita gente acabou achando que, finalmente, a Globo havia tomado a iniciativa magnânima de expor à sociedade seus princípios editoriais partindo de vontade própria.
Mas mesmo atingindo um público relativamente muito menor do que o da televisão, a internet prestou um bom serviço à sociedade. Inibiu um pouco a ação nefasta armada contra o novo ministro e mostrou que a poderosa organização não consegue mais fingir que denúncias e criticas não a atingem. A Globo sentiu o golpe e tentou responder recorrendo a princípios por ela violados várias vezes ao longo de sua história.
Esperava-se uma mudança de conduta a partir daquele momento. Não foi o que ocorreu. Na mesma edição a apresentadora do Jornal Nacional disse o seguinte: “está foragida a merendeira que pôs veneno de rato na comida de crianças e professores numa escola pública de Porto Alegre”, mostrando uma foto da moça de 23 anos.
Poderia até ser verdade, mas o Jornal Nacional baseava-se apenas numa versão da policia, negada pela acusada. Seu advogado havia divulgado a palavra dela, através da Rádio Guaíba, oito horas antes do JN ir ao ar. Mas para não perder uma notícia espetacular – envenenamento de crianças – nada disso foi levado em conta. Nem os tais princípios editoriais. (via Carta Maior).
Cuidado pessoal, estamos presenciando uma partidarização dos principais meios de comunicação, não se esqueçam da Inglaterra com o inescrupuloso e desonesto Rupert Murdoch, as "grandes" redes no Brasil não são diferentes. Sejam CRÍTICOS.

domingo, 4 de setembro de 2011

Mais uma dos EUA e "Oriente médio". Washington Post: CIA virou máquina de assassinar.


Não vi em nenhum jornal menção à grave matéria publicada hoje pelo The Washington Post afirmando que, desde o 11 de setembro, a CIA mudou sua prioridade: de espionagem para simples assassinato.
A matéria mostra que a força contra-terrorismo da agência passou, nestes dez anos, de 300 para 2 mil agentes, espalhados pelo mundo e contando, agora, com uma força de aviões não tripulados que já matou cerca de 2 mil pessoas no mundo árabe. Neste momento, as execuções estão concentradas no Iemen, onde – dizem eles – há grupos simpatizantes da Al Qaeda.
Segundo o jornal, a CIA não reconhece oficialmente o programa drone – zangão, nome dos aviões não-tribulados- “e muito menos dá explicação pública sobre o que atira e quem morre, e por que regras.”
“Estamos vendo a volta CIA em mais de uma organização paramilitar, sem a supervisão e responsabilidade que tradicionalmente esperam dos militares”, disse Hina Shamsi, o diretor do Projeto Nacional de Segurança da União Americana pelas Liberdades Civis.(http://www.washingtonpost.com/world/national-security/cia-shifts-focus-to-killing-targets/2011/08/30/gIQA7MZGvJ_story.html?tid=wp_ipad)
Sobre isso, a ONU afirmou que… Ah, a ONU não afirmou nada, ignora. Por que será?

EUA investem contra Estado palestino


Os EUA iniciaram uma campanha diplomática contra a busca do reconhecimento do Estado palestino perante a ONU, conforme informou neste domingo (04/09) o jornal norte-americano New York Times.
De acordo com as informações, o governo do presidente Barack Obama fez circular no meio diplomático uma proposta para novas negociações de paz entre israelenses e palestinos.
o objetivo, segundo o New York Times, seria persuadir os palestinos a abandonarem sua busca pelo reconhecimento do Estado palestino durante a Assembleia Geral da ONU, que será realizada no próximo dia 20 em Nova York.
Citando autoridades de alto escalão do governo dos EUA e diplomatas estrangeiros, todos no anonimato, o jornal afirma que Washington arquitetou a campanha de última hora, já que se deu conta de que não possui o apoio suficiente para bloquear a iniciativa na Assembleia Geral.
Se aprovado, o reconhecimento da Palestina como um Estado legítimo poderia elevar o estatuto da missão palestina de "entidade" observadora sem direito a voto a Estado observador sem direito a voto.
Além disso, a mudança possibilitaria os palestinos de acessar as agências e convenções da ONU, o que permitiria atitudes como a denúncia de Israel diante do Tribunal Penal Internacional de Haia.
Desde que o presidente palestino, Mahmoud Abbas, anunciou a solicitação do reconhecimento perante o órgão, os EUA declararam que vetará a proposta no Conselho de Segurança. Isso porque, segundo a Casa Branca, os palestinos conseguirão um Estado legítimo apenas por meio de negociações diretas de paz.
Israel, por sua vez, se opõe totalmente à demanda palestina. Em relação as negociações de paz, há cerca de um ano a construção de assentamentos judaicos em territórios palestinos ocupados tem impossibilitado o diálogo.

Apoio

Na semana passada, a chefe do Comitê de Assuntos Estrangeiros da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos, a republicana Ileana Ros-Lehtinen fez um apelo no Congresso norte-americano que apoiem o reconhecimento do Estado da Palestina na ONU.

A deputada pediu ainda que os EUA bloqueiem os fundos destinados a qualquer país e a qualquer entidade da ONU, que para ela é uma entidade "contaminada por escândalos, má administração e inação".