sexta-feira, 25 de julho de 2014

Em 2012, Terra se salvou por pouco de forte tempestade solar.

Em 2012, uma erupção solar provocou uma poderosa tempestade que passou perto da Terra, mas que era grande o suficiente para "devolver a civilização moderna ao século XVIII", informou a Nasa.
O fenômeno, que passou perto da órbita terrestre em 23 de julho de 2012, foi a tempestade mais poderosa dos últimos 150 anos, segundo comunicado da agência espacial americana.
Na Terra, no entanto, ninguém se deu conta disso. "Se a erupção tivesse acontecido uma semana antes, a Terra teria ficado na trajetória", disse Daniel Baker, professor de Física Atmosférica e Espacial da Universidade do Colorado. Ao invés disso, a tempestade impactou a nave espacial STEREO-A, um observatório solar equipado "para medir parâmetros de eventos deste tipo", acrescentou a agência.
Segundo dados analisados por cientistas, a tempestade teria sido comparável à última conhecida com o nome de Carrington e que aconteceu em 1859. Também teria sido duas vezes mais forte que a tempestade solar que deixou sem energia a província de Quebec, no Canadá, em 1989. "Com os últimos estudos, me convenci ainda mais de que os habitantes da Terra são incrivelmente sortudos por essa erupção de 2012 ter ocorrido como foi", disse Baker.
A Academia Nacional de Ciências avaliou que uma tempestade solar como a de 1859 poderia custar hoje 3 bilhões de dólares e poderia levar anos de reparos. Os especialistas afirmam que as tempestades solares provocam apagões, o que bloqueia qualquer aparelho, de um rádio a um GPS, passando pelo fornecimento de água que depende de bombas elétricas.
As tempestades costumam ser repelidas pelo escudo magnético da Terra, mas um impacto direto poderia ser devastador. Há 12% de probabilidades de que uma grande tempestade solar como a de Carrington atinja a Terra nos próximos dez anos, segundo o físico Pete Riley, que publicou recentemente um artigo na revista Space Weather sobre esse tema.

Sua pesquisa se baseou em uma análise de registros de tempestades solares nos últimos 50 anos.
Portal UOL.

quarta-feira, 2 de julho de 2014

FENÔMENO EL NIÑO EM DESENVOLVIMENTO NO OCEANO PACÍFICO EQUATORIAL.



Durante o mês de maio, as condições oceânicas observadas indicaram a presença de águas mais quentes em todo o Oceano Pacífico Equatorial. Nas faixas central e oeste deste oceano foram observadas anomalias positivas de Temperatura da Superfície do Mar (TSM) da ordem de 1°C até 2°C. Por outro lado, na região do Oceano Pacífico Equatorial leste  as anomalias positivas de TSM foram da ordem de 1°C até 3°C durante o mês de maio. Na comparação com o mês de abril, observa-se que os maiores aquecimentos ocorreram na região da Indonésia e principalmente na costa oeste da América Latina, mais especificamente na região da costa do Peru e do Equador. Nessas áreas as anomalias de TSM no mês de maio apresentou valores da ordem de 2°C mais elevados do que o mês de abril. Contudo, nas demais áreas da porção central e leste do referido Oceano as diferenças entre as anomalias de TSM não passaram da ordem de 1.5°C. Esta mudança do padrão de TSM está associada ao aquecimento das águas subsuperficiais em função da propagação para leste de uma onda de Kelvin oceânica. Esta onda apresentou águas anomalamente mais quentes entre 150 metros de profundidade e camadas mais próximas à superfície, com valores da ordem de até 5°C acima da climatologia.
A maioria dos modelos de previsão climática apontam para o desenvolvimento da fase quente do fenômeno El Niño-Oscilação Sul (ENOS) no decorrer do trimestre de JAS/2014. Entretanto, apesar da concordância entre os modelos, há um consenso entre os especialistas de previsão climática de que esta fase quente do ENOS venha se configurar com mais intensidade na primavera (SON/2014). Contudo, ainda há incertezas em relação à sua intensidade.
Texto atualizado em 01/07/2014 (FONTE: INPE)













efeitos do El niño no inverno

terça-feira, 1 de julho de 2014

O jogo geopolítico da Rússia e da China


Governos, políticos e mídia no mundo “ocidental” parecem incapazes de compreender os jogos geopolíticos na forma como são praticados por quaisquer outros. As suas análises do anunciado novo acordo da Rússia e da China são um surpreendente exemplo disto.
 
Em 16 de maio, Rússia e China anunciaram ter assinado um “tratado de amizade” que duraria “para sempre” mas não é uma aliança militar. Simultaneamente, anunciaram um acordo sobre o gás, pelo qual os dois países irão construir um gasoduto para exportar gás russo para a China. A China vai emprestar à Rússia o dinheiro com o qual esta construirá a sua parte do gasoduto. A Gazprom (maior produtora russa de gás e de petróleo) fez algumas concessões de preço à China, questão que reteve durante algum tempo a assinatura do acordo.
 
Se formos ler os meios de comunicação do dia 15 de maio, estão cheios de artigos explicando por que um acordo com este era improvável. Quando, mesmo assim, ele foi assinado no dia seguinte, os governos ocidentais, os políticos e a mídia dividiram-se entre os que o viram como uma vitória geopolítica do presidente russo Vladimir Putin (e a deploraram) e os que argumentaram de que não irá fazer muita diferença em termos geopolíticos.
 
É bastante claro, quando se olha para as discussões e as votações do Conselho de Segurança da ONU dos últimos anos, que a Rússia e a China partilham uma aversão às diversas propostas priorizadas pelos Estados Unidos (e frequentemente com colaborações de vários países europeus) para autorizar o envolvimento direto (abrindo em última instância o caminho ao envolvimento militar) na guerra civil na Ucrânia e nos múltiplos conflitos no Oriente Médio.
 
As sanções unilaterais que os Estados Unidos já impuseram à Rússia devido ao seu alegado comportamento na Ucrânia e a ameaça de impor ainda mais sanções apressaram o desejo da Rússia de encontrar novas saídas para o seu gás e petróleo. E isto, por seu turno, leva a muita conversa sobre uma ressurreição da Guerra Fria entre Rússia e Estados Unidos. Mas será este na verdade o ponto principal do novo acordo Rússia-China?
 
Parece-me que ambos os países estão realmente interessados numa reestruturação das alianças entre Estados. O que a Rússia realmente procura é um acordo com a Alemanha. E o que a China realmente quer é um acordo com os Estados Unidos. E o truque é anunciar esta aliança “para sempre” entre eles.
 
A Alemanha está claramente dividida internamente quanto à perspetiva de incluir a Rússia na esfera europeia. A vantagem para a Alemanha de um acordo deste tipo seria consolidar a base de clientes russos para a sua produção, garantir as suas necessidades energéticas e incorporar a força militar russa no seu planeamento global de longo prazo. Como isto inevitavelmente significaria a criação de uma Europa pós-Otan, há oposição à ideia não só dentro da Alemanha mas, evidentemente, também na Polônia e nos Estados bálticos. Do ponto de vista da Rússia, o objetivo do tratado de amizade Rússia-China é fortalecer a posição dos que na Alemanha querem trabalhar com a Rússia.
 
A China, por outro lado, está fundamentalmente interessada em amansar os Estados Unidos e reduzir o seu papel na Ásia oriental. Mas, dito isto, quer reforçar, não enfraquecer, as suas ligações com Washington. A China procura investir nos Estados Unidos aos preços de saldo que considera estarem a ser oferecidos. Quer que os Estados Unidos aceitem a sua emergência como potência regional dominante na Ásia oriental e do sudoeste. E quer que os Estados Unidos usem a sua influência para impedir o Japão e a Coreia do Sul de se tornarem potências nucleares.
 
É claro que o que a China quer não está em consonância com a linguagem ideológica que prevalece nos Estados Unidos. Porém, parece haver dentro dos Estados Unidos um apoio discreto a esta evolução de alianças, especialmente no interior das principais estruturas empresariais. Tal como a Rússia quer usar o tratado de amizade para encorajar certos grupos na Alemanha a moverem-se na direção que considera mais útil, também a China deseja fazer o mesmo com os Estados Unidos.
 
Será que estes jogos geopolíticos vão funcionar? Possivelmente, mas isso de forma alguma é certo. Ainda assim, nas perspetivas tanto da Rússia quanto da China, têm tudo a ganhar e muito pouco a perder usando este ardil. A questão real é como o debate interno na Alemanha e nos Estados Unidos vai evoluir no futuro próximo. Quanto ao argumento de que o mundo está a voltar à Guerra Fria entre os Estados Unidos e a Rússia, pensem nele como o ardil dos que compreendem o jogo da Rússia e da China e tentam contrariá-lo.
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 o Esquerda.net.