Lantânio é um metal
usado, entre outras aplicações, como catalisador no refino de petróleo. É uma
das chamadas terras-raras, um grupo de substâncias parecidas, com nomes tão
esquisitos quanto o dele: neodímio, cério, praseodímio, promécio, samário, európio,
gadolínio, térbio, disprósio, hólmio, érbio, túlio, itérbio, escândio e
lutécio.
Sua exploração exige
alto investimento em tecnologia e segurança – pois ele é relativamente tóxico. Como
a China tem terras-raras em abundância, não se cuidava de investir fortemente
em sua produção.
A tonelada de
lantânio era comprada a US$ 5 mil. Só que os chineses se cuidam. E restringiram
a exportação de terras raras, preferindo investir em produzir – e exportar – os
produtos de alto preço em que elas são utilizadas.
Daí que o preço do
lantânio anda beirando agora US$ 50 mil a tonelada. E olhe que caiu com a crise
europeia, porque andou bem acima de US$ 100 mil.
E o Brasil – leia-se,
a Petrobras – importa cerca de mil toneladas desta substância, sem a qual não
há refino de petróleo. O mercado mundial de lantânio – e seus “primos”, os
lantanídios, nome químico das terras-raras, anda na casa de US$ 5 bilhões
anuais.
Estimativas da
agência US Geological Survey, dos Estados Unidos, apontam que as reservas brasileiras podem chegar a
3,5 bilhões de toneladas, mas não
temos o menor controle sobre elas.
A Anglo American
controla a mais promissoras das poucas áreas já conhecidas, em Catalão (GO),
onde o minério aparece em condições excepcionais, porque associado a baixos
teores de urânio e tório, que complicam sua extração.
Agora, a Vale e a
Petrobras estão se associando e vão entrar firmes na exploração de lantânio – e
de outras terras raras que ocorrem associadas a ele. É fruto de uma parceria que vem sendo trabalhada há um ano pelo Governo Dilma. Porque desde o
Governo Collor, com a extinção da Petromisa, os governos FHC como a liberação
do extrativismo mineral através da emenda constitucional nº6, as grandes
transnacionais mineradoras exploram os principais recursos minerais.
Petrobras não tem um
braço minerador e a Vale, até então, deixava o lantânio “pra lá”. Não valia a
pena explorar, se podia ser comprado a preço de banana. Quem sabe agora com a
associação dessas duas gigantes nacionais o lantânio seja explorado por
brasileiros.
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