Por Luiz
Carlos Azenha (site viomundo)
No Brasil
a guerra fria ainda não acabou. O anticomunismo vive. Ser “de
esquerda” é considerado pejorativo pelo jornal mais importante do
país.
Notaram
como Demóstenes Torres nunca foi classificado como “de direita”?
Vejamos
as repercussões da escolha dos integrantes da Comissão da Verdade,
criada para apurar os crimes da ditadura militar, segundo a Folha.
Página
A11: “Amorim não é exatamente querido entre os militares por
conta de seu perfil de esquerda e pela pouca familiaridade com os
temas da pasta”. Não é preciso dizer que os militares são “de
direita”?
Na mesma
página: “Em relação aos crimes cometidos pela esquerda, membros
da comissão afirmaram que o tema ainda precisa ser discutido
internamente”.
Na página
A14, alguns militares ouvidos pela Folha (quais, exatamente — os de
direita?) desaprovam o nome da advogada Rosa Maria Cardoso da Cunha,
que defendeu Dilma Rousseff e Ivan Seixas, dentre muitos outros.
Na página
A15, o texto parece trair o medo do próprio jornal: “Sem Fla-Flu”,
“sem revanchismos”, “sem as angústias juvenis” — algumas
das frases estão entre aspas, revelando qual foi o foco das
perguntas dos entrevistadores.
Na última
página, reprise: “Membros do grupo revelaram à Folha que também
discutirão a possibilidade de investigar crimes cometidos pela
esquerda armada”.
Ou seja,
em breve a Folha vai pedir para investigar Dilma Rousseff e aqueles
que queimaram os veículos que o jornal emprestou à Operação
Bandeirantes (que manteve o maior centro de torturas de São Paulo )
para fazer campana.
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