Uma desaceleração no aquecimento
global que os céticos do clima dizem socavar a teoria dos gases de efeito
estufa é simplesmente um “hiato” em meio a temperaturas mais elevadas,
alertaram cientistas esta quarta-feira (28).
Ao abordar uma das questões mais
espinhosas das políticas climática, os cientistas afirmaram que a recente
desaceleração se baseia em um resfriamento natural, porém temporário, do Oceano
Pacífico tropical.
“O hiato atual é parte da
variabilidade climática natural”, afirmaram.
Eventos similares podem voltar a
ocorrer, mas avaliados com base em uma escala de tempo de décadas, “(a)
tendência de aquecimento muito provavelmente vai continuar com o aumento dos
gases estufa”, acrescentaram.
A questão aborda em uma anomalia
na ciência climática.
Ao contrário de previsões
anteriores, o aquecimento da superfície terrestre nos últimos anos não andou de
mãos dadas com níveis crescentes de gases de efeito estufa na atmosfera.
Nos últimos 50 anos, as
temperaturas do planeta subiram 0,12ºC por década, em média.
Mas nos últimos 15 anos, a
elevação diminuiu a uma taxa de 0,05ºC por década, embora as emissões de
combustíveis fósseis tenham continuado a bater recordes.
Os céticos consideraram a
discrepância uma prova de que se o aquecimento existe, não é causado pelo
homem, mas tem causas naturais, como flutuações no calor do sol.
O novo estudo, publicado na
revista científica Nature, utiliza um modelo climático para dizer que o enigma
pode ser explicado pela circulação oceânica.
Yu Kosaka e Shang-Ping Xie, do
Instituto de Oceanografia Scripps, da Califórnia, decompuseram o calor em um
modelo do Pacífico tropical centro e leste, uma região que abrange 8% da
superfície do planeta.
Segundo eles, o resfriamento está
relacionado a uma tendência incomumente longa, porém natural, similar ao
fenômeno La Niña.
Sob influência do El Niño, um
acúmulo de águas excepcionalmente quentes cruza do oeste para o leste do
Pacífico. No La Niña, acontece o contrário, e o oceano no leste do Pacífico fica
mais frio do que o normal. Nos dois casos, podem ocorrer secas extremas ou
chuvas torrenciais.
O oceano desempenha um enorme
papel na complexa questão do aquecimento global. Ele absorve dióxido de carbono
(CO2) e calor na superfície e, então, os mobiliza com ondas e correntes.
Pesquisas anteriores sobre a
então chamada “pausa” climática exploraram a ideia de que o calor que faltava
era levado para as profundezas marinhas.
O novo estudo, no entanto, sugere
outra coisa, afirmou Richard Allan, meteorologista da Universidade Reading, na Grã-Bretanha,
em um comentário.
Ele reforça a importância da
rotação no vasto corpo que é o Pacífico, mas a uma profundidade relativamente
rasa, “particularmente os cem metros mais na superfície ao invés da
profundidade abaixo de 1.000 metros”, afirmou.
Dese 1750, quando começou a
industrialização, os níveis de dióxido de carbono (CO2) aumentaram 40%. As
concentrações aumentaram de 278 partes por milhão para 390,5 ppm em 2011.
No começo do ano, uma estação de
monitoramento no Havaí detectou brevemente níveis de CO2 superiores a 400 ppm.
(Fonte: Terra)
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