Chora a África do Sul,
chora toda a África martirizada, choram os povos escravizados e humilhados em
todo o mundo. A humanidade inteira chora.
Faleceu nesta
quinta-feira (5/11), aos 95 anos, Nelson Mandela, um dos maiores exemplos de
líderes políticos da humanidade. A sua amada África do Sul “perdeu um colosso,
um epítome da humildade, igualdade, justiça, paz e esperança de milhões de
pessoas , aqui e no exterior”, como assinala o comunicado do seu partido, o
Congresso Nacional Africano.
Madiba, como era
carinhosamente chamado, foi uma figura gigantesca, que deu tudo de si pela
libertação de seu povo e, ao se entregar abnegadamente a essa causa, deu um
exemplo internacional de extraordinárias dimensões.
Característica rara – a
mais preciosa entre os líderes políticos – a vida de Mandela foi um fio
vermelho de coerência e de sintonia entre palavras e ações. Como dirigente do
Congresso Nacional Africano e do Partido Comunista da África do Sul, Madiba
liderou a luta contra o apartheid, por uma África do Sul livre e democrática.
Combateu o racismo e a intolerância, lutou pela unidade nacional e pela igualdade
social, racial e de gênero.
Nelson Mandela foi o
primeiro presidente da África do Sul eleito democraticamente, em 19 de maio de
1994, e se dedicou incansavelmente a reconciliar o país, dilacerado pelo odioso
regime do apartheid, exercido pela elite racista branca sul-africana. Levou até
o fim, de maneira consequente, a sua decisão de fazer da África do Sul a “nação
arco-íris”.
Na condição de líder da
luta contra o apartheid e presidente da República, projetou mundialmente a
África do Sul, como nação democrática e civilizada, em esforços permanentes
pelo progresso social, o que lhe valeu o reconhecimento internacional, laureado
com mais de 250 prêmios, entre os quais o Prêmio Nobel da Paz de 1993.
"Os verdadeiros
líderes devem estar dispostos a sacrificar tudo pela liberdade de seu povo",
disse em certa ocasião.
Como “senhor do seu
destino”, “capitão da própria alma”, como gostava de repetir, deu elevada
mostra de abnegação ao permanecer encarcerado durante 27 anos em Robben Island,
onde foi obrigado a trabalhos forçados e a viver em diminuta cela.
Nelson Mandela, com o
exemplo da sua ação, deixou uma marca indelével e eterna na história do seu
povo, marcou a época em que viveu e se tornou herói da África do Sul e de toda
a humanidade.
Ele será sempre
recordado pela dimensão e fecundidade de seu exemplo, por sua imensa obra, por
suas ideias generosas, suas inabaláveis convicções e a luta que empreendeu pela
libertação do seu povo. Ao iniciar a construção da nova África do Sul, Mandela
deu também uma contribuição contemporânea na luta por uma nova ordem mundial
liberta do hegemonismo das grandes potências e das políticas de opressão e
guerra.
A humanidade lhe é
grata. Seu nome é símbolo da luta pela liberdade, a justiça e a dignidade do
ser humano
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