Com extensão bem inferior à dos oceanos Pacífico
e Atlântico, o Índico banha cerca de 40 países que se localizam entre a costa
leste da África e o litoral ocidental da Austrália. Ao sul, seu limite é o
paralelo 60º S, desde o cabo das Agulhas (África do Sul), até a ilha da
Tasmânia (Austrália). Em virtude de seus recortes litorâneos, existem no Índico
estreitos de grande importância estratégica como os de Bab-el-Mandeb, Ormuz e
Malaca, além de inúmeros arquipélagos e penínsulas. (fonte O Mundo)
Algumas
das primeiras civilizações do mundo como as da Mesopotâmia, do Antigo Egito e
do subcontinente indiano que surgiram ao longo de vales fluviais como os do
Tigre, Eufrates, Nilo e Indo desenvolveram-se próximas do litoral do Índico.
Nas primeiras décadas do século XV, o almirante Zheng He liderou frotas de
navios do então Império da China em várias viagens pelo Oceano Ocidental, como
os chineses denominavam o Índico. Ao final daquele século, quando Vasco da Gama
contornou o Cabo da Boa Esperança, os europeus se fizeram cada vez mais
presentes na região.
Num primeiro
momento, Portugal esteve à frente, construindo pontos fortificados nos
estreitos e portos mais importantes. Mas, rapidamente, o país foi perdendo
espaço a Holanda, França e Grã Bretanha. No século XIX, esta última se
transformou na potência dominante da região, especialmente após a abertura do
Canal de Suez (1869).
Após a Segunda Guerra
Mundial, os Estados Unidos substituíram a Grã Bretanha, quase ao mesmo tempo em
que a União Soviética desenvolveu a estratégia de ampliar sua influência
geopolítica junto a países da região. Esse choque de interesses levou as duas
superpotências se envolveram, direta e indiretamente, em todos os conflitos que
ocorreram na região que bordeja o Índico durante a Guerra Fria, como no Sudeste
Asiático (Indochina), Oriente Médio, Afeganistão e África Austral.
Atualmente, três países
- EUA, Índia e China - possuem grandes interesses geopolíticos na região. Como
única potência verdadeiramente global, os EUA estão ali presentes através de
bases militares e facilidades oferecidas por países aliados. A presença do país
se ampliou a partir de 2001, em decorrência das ações no Afeganistão.
O ponto mais importante
do país na área é a base de Diego Garcia, situada a meio caminho entre a África
e a Indonésia. Com apenas 44 km2 de extensão, o atol em que se situa se tornou
território britânico no século XIX. Na década de 1960, o governo britânico
firmou um acordo com os EUA transformando a ilha em base militar. Para que ela
fosse construída, cerca de dois mil habitantes da ilha foram transferidos
compulsoriamente para as ilhas Maurício.
Com mais de sete mil km de linha costeira, a Índia é o único dos três países que possui litoral no Índico. Sua vasta e rica Zona Econômica Exclusiva exige constante vigilância, especialmente porque o país vê com preocupação o aumento da presença chinesa na área. A Índia julga fundamental tornar seguras suas rotas marítimas e, por isso, mostra grande interesse de cooperação com os governos das ilhas Seychelles e Maurício para dispor de facilidades de escala ou de bases permanentes.
Com mais de sete mil km de linha costeira, a Índia é o único dos três países que possui litoral no Índico. Sua vasta e rica Zona Econômica Exclusiva exige constante vigilância, especialmente porque o país vê com preocupação o aumento da presença chinesa na área. A Índia julga fundamental tornar seguras suas rotas marítimas e, por isso, mostra grande interesse de cooperação com os governos das ilhas Seychelles e Maurício para dispor de facilidades de escala ou de bases permanentes.
O Índico é de
importância crucial para o comércio da China. Por ali transitam cerca de um
quarto de suas exportações e 15% das importações. Aproximadamente 75% das importações
chinesas de hidrocarbonetos, essenciais para sua segurança energética, circulam
por este oceano.
A estratégia de Pequim é de dispor de bases navais e facilidades nesse espaço marítimo. A política da China para o Oceano Índico possui três objetivos maiores: primeiro, fazer frente à multiplicação de atos de pirataria, garantir a segurança de seus navios e, no caso de um conflito, defender seus interesses na área.
A estratégia de Pequim é de dispor de bases navais e facilidades nesse espaço marítimo. A política da China para o Oceano Índico possui três objetivos maiores: primeiro, fazer frente à multiplicação de atos de pirataria, garantir a segurança de seus navios e, no caso de um conflito, defender seus interesses na área.
O estreito de Malaca se
constitui na passagem mais vulnerável. Este estreito, juntamente com o de
Singapura, constitui-se numa das principais artérias comerciais do mundo, já
que por ali passa o essencial dos fluxos comerciais entre a Europa e Ásia.
Nessa região, entre a Malásia, Indonésia e Singapura, agem inúmeros grupos
criminosos assaltando os navios. Nos últimos anos houve também grande
crescimento de atos de pirataria junto às costas da Somália. A multiplicação de
atentados perpetrados por extremistas islâmicos tem reforçado a ideia de
ataques suicidas contra petroleiros.
Outra preocupação da
China diz respeito à forte presença dos EUA na região. Supondo uma eventual
crise entre os dois países, os norte americanos não teriam grandes dificuldades
em paralisar o comércio chinês, estrangulando a passagem no estreito de Malaca.
Esse sentimento de vulnerabilidade é ainda mais acentuado pelo fato de a China
não possuir nenhuma base naval verdadeiramente operacional na região que lhe
permita efetuar missões de segurança durante várias semanas. No momento, a
estratégia naval de Pequim se apoia principalmente em Mianmar, Bangladesh,
Maldivas e Paquistão.
Mianmar ofereceu à
China um acesso marítimo ao golfo de Bengala. Em Bangladesh, os chineses
obtiveram facilidades navais no porto de Chittagong. Nas ilhas Maldivas, a
China poderá construir uma base naval destinada a seus submarinos. Quanto ao
Paquistão, o interesse é o porto de Gwadar, cuja construção foi possível graças
ao apoio técnico e financeiro de Pequim. Este porto permitiria a ligação
terrestre entre o Índico e a região chinesa do Xinjiang-Uigur através do
Paquistão, evitando o caminho dos estreitos do Sudeste Asiático
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