Em 29 de agosto de
2014, o grupo terrorista sunita Estado Islâmico – que já foi
denominado também como Estado Islâmico no Iraque e na Síria (EIIS) e Estado
Islâmico no Iraque e no Levante (EIIL) – conhecido também pela sigla EI,
anunciou que seu líder, Abu A-Bagdhadi, havia se autoproclamado califa da
região situada ao noroeste do Iraque e em parte da região central da Síria.
O título de califa era
dado aos antigos sucessores de Maomé, que possuíam autoridade política
legitimada pela religião islâmica. O Estado Islâmico, desde então, vem sendo
largamente abordado pela mídia ocidental, sobretudo por conta de suas ações
extremas contra a população civil da Síria e do Iraque, como estupros, massacre
de cristãos e de xiitas e, também, por conta da decapitação de dois
jornalistas, entre os meses de agosto e setembro de 2014.
A história do grupo
terrorista Estado Islâmico está relacionada com o processo de crise política
que se desencadeou no Iraque após a guerra iniciada em 2003. Como sabemos, a Guerra do
Iraque se deu dois anos após os atentados terroristas de 11 de setembro de 2001,
chefiados por membros da organização Al-Qaeda, então liderada por Osama Bin
Laden. A Al-Qaeda possuía grande espaço de atuação no território iraquiano e em
parte da Síria. O grupo Estado Islâmico nasceu como uma derivação da Al-Qaeda,
fundamentado nos mesmos princípios desta organização, que remontam à ideologia
pan-islâmica de Sayyid Qutb, antigo líder da Irmandade Muçulmana. Contudo, as ações do EI ficaram
gradativamente mais radicais, até mesmo para os padrões da Al-Qaeda, o que
provocou a separação entre as duas organizações terroristas.
Os objetivos do Estado
Islâmico é expandir o seu califado por todo o Oriente Médio, que se pautaria
pela Sharia, a Lei Islâmica interpretada a partir do Alcorão,
e estabelecer conexões na Europa e outras regiões do mundo, com o propósito de
realizar atentados que lhes possam conferir autoridade através do terror. A
concepção de Jihad, ou Guerra Santa para o Islã, que o EI possui
é a mesma de outras organizações terroristas, como a Al-Qaeda ou o Hamas:
expandir o modelo teocrático radical islâmico de governo pelo mundo, por meio
dos métodos terroristas.
É curiosa a grande
adesão de simpatizantes não islâmicos e, frenquentemente, de origem europeia às
causas do EI. Muitos jovens do Ocidente se oferecem para integrar o
grupo e servir ao seu propósito jhadista. Esse tipo de
comportamento preocupa vários chefes de estado da Europa, sobretudo pela
possibilidade de infiltração que tais jovens, treinados como terroristas,
possam realizar em solo europeu.
O Estado Islâmico (EI)
segue avançando em terras sírias e iraquianas
As principais cidades
iraquianas que estão atualmente sob o domínio do EI são: Mossul,
Tal Afar, Kirkuk e Tikrit. Um grande contingente populacional migrou dessas
cidades para cidades ou vilas vizinhas, fugindo da expansão brutal do Estado
Islâmico. Entretanto, não se sabe até quando estas cidades vizinhas continuarão
livres da ação do “califado” islâmico do EI.
Em agosto de 2014, os
Estados Unidos da América fizeram cerca de 120 ataques aéreos contra
instalações do Estado Islâmico no Iraque. Os EUA também preveem ataque ao EI em
solo sírio, formando mais uma frente, com o auxílio de combatentes iraquianos e
do exército da Síria
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