sexta-feira, 24 de junho de 2011

EUA o maior mercado mundial de drogas.


A América do Norte, em particular os Estados Unidos, continua a ser o maior mercado de drogas do mundo, de acordo com documento divulgado nesta quinta-feira (23) pelo Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (Unodc). Dados do Relatório Mundial sobre Drogas 2011 indicam que o tráfico permanece direcionado em primeiro lugar para a região, onde a produção de drogas ilícitas está majoritariamente relacionada à maconha, aos estimulantes tipo anfetamina e aos opiáceos.
O documento mostra que as apreensões de cocaína na América do Norte diminuíram 43% entre 2005 e 2009, mas, no mesmo período, houve aumento das apreensões de anfetaminas (87%), ecstasy (32%), maconha (71%) e heroína (19%).
A taxa de prevalência de consumo de maconha na população entre 15 e 64 anos chega a 10,7% – bem acima da média mundial (7%). A região abriga cerca de um quinto de todos os usuários da droga no mundo. Entretanto, segundo o Unodc, a droga de maior importância relativa na América do Norte é a cocaína, uma vez que 37% dos usuários em todo o mundo vivem na região. A taxa de prevalência da droga entre a população de 15 a 64 anos é de 1,9%, enquanto a média global é de 0,4%.
Outro problema avaliado pelo relatório como significativo trata do uso sem prescrição de medicamentos, principalmente analgésicos (4,9%) e tranquilizantes (2,2%). A taxa anual de prevalência entre a população com 12 anos ou mais é de 6,4% e perde apenas para a maconha.
Entre os novos usuários de drogas nos Estados Unidos, cerca de 2,2 milhões começaram o consumo por meio de analgésicos. Em 2006, a estimativa é que 38,4 mil pessoas tenham morrido no país em decorrência do uso de drogas, com uma taxa de mortalidade de 182 óbitos para cada milhão de habitantes entre 15 e 64 anos.
Produção
A América do Sul, por sua vez, permanece conhecida pela produção e pelo tráfico de cocaína em larga escala, mas o consumo de drogas, sobretudo em países do Cone Sul, também tem se tornado significativo.
De acordo com a publicação, a produção ilícita de drogas continua significativa em três países andinos – Colômbia, Peru e Bolívia, responsáveis por praticamente 100% da produção global da folha de coca, matéria prima para a fabricação da cocaína.
Em 2010, a coca foi cultivada em 149 mil hectares distribuídos pela América do Sul. A produção de cocaína em laboratórios clandestinos também foi registrada na região. Dados indicam, entretanto, que a produção da droga tem demonstrado tendência de declínio, com uma queda de um sexto no período de 2007 a 2010.
A maioria dos países da América do Sul, da América Central e do Caribe, segundo o Unodc, registra também níveis significativos de produção de maconha. Em 2009, 70% das apreensões globais da droga ocorreram na região, sendo três quartos desse total na América do Sul.
As maiores apreensões registradas em termos de volume são as de folha de coca. Entretanto, as apreensões da droga diminuíram no período de 2007 a 2009 em cerca de 25%, refletindo em parte um declínio na produção. Já as apreensões de cocaína em países da América do Sul, da América Central e do Caribe somaram 74% do total mundial, indicando um aumento de 27% no mesmo período.
O relatório alerta que a prevalência do uso de cocaína na região está acima da média mundial – entre 0,9% e 1% da população de 15 a 64 anos, o equivalente a cerca de 3 milhões de pessoas ou 17% da população mundial consumidora de cocaína. A droga representa cerca de 50% de todas as demandas por tratamento para dependentes na América do Sul, na América Central e no Caribe.

Se os EUA atacassem sistematicamente a entrada das drogas em seu território, impedissem o envio de armamento sofisticado aos cartéis mexicanos, golpeassem profundamente a milionária rede que aufere lucros gigantescos com o tráfico, prendessem os traficantes e desarticulassem suas redes – o mundo viveria melhor. Mas a sociedade que mais consome drogas no mundo, tornando-se o seu maior mercado consumidor, é uma sociedade essencialmente dependente das drogas para sobreviver, pelo estilo de vida que leva e espalha sua doença para os outros países.

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