Estudo indica que saiu mais gente do que entrou no Sudeste; no Nordeste, número de retirantes diminuiu em dez anos
As metrópoles não são mais o principal destino do fluxo migratório entre as regiões brasileiras e essa mobilidade diminuiu na última década, aponta pesquisa divulgada nesta sexta-feira (15) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Entre as principais mudanças, estão a perda de capacidade de atração populacional da região Sudeste, que apresentou saldo negativo no período, e a diminuição no número de pessoas que deixam o Nordeste.
Os dados mostram que o número de migrações entre regiões vem apresentando queda. De 1995 a 2000, 3,3 milhões de pessoas deixaram a região em que viviam. O número caiu para 2,8 milhões, entre 1999 e 2004, e chegou a 2 milhões no intervalo de 2004 a 2009.
A região Sudeste, entre 2004 e 2009, teve mais gente partindo do que chegando (saldo de negativo de 12,4 mil) e o Nordeste, de onde saía boa parte de pessoas em busca de melhores condições de vida em outros estados do país, a perda de população ocorreu em escala mais de três vezes menor. A região saiu de um déficit migratório de 764 mil pessoas em 2000 para 187 mil em 2009.
Bahia e Maranhão continuam sendo estados dos quais muitos habitantes saem. O principal destino dos emigrantes maranhenses é o Pará, enquanto a maioria dos baianos (56%) vai para São Paulo
A migração do Nordeste para o Sudeste, intensa durante o século XX, enfraqueceu desde 1995. Em 2000, quase 1 milhão de pessoas deixaram o Nordeste rumo ao Sudeste. De 2004 a 2009, o número recuou para 548 mil e 444 mil, respectivamente.
Metrópoles deixam de ser principal destino.
A pesquisa mostra que, apesar de concentrarem 30% da população do país, as grandes metrópoles não são mais o principal destino dos emigrantes. Das cidades com altas taxas de crescimento populacional influenciadas também pelo fluxo migratório (o equivalente a 8% do total de municípios brasileiros), nenhuma tem mais de 500 mil habitantes. De acordo com o levantamento, o crescimento dessas cidades tem sido observado nos últimos 30 anos, mas ficou mais evidente no último censo demográfico.
A cidade de São Paulo, por exemplo, viu cair pela metade o número de migrantes recebidos na última década. Em 2000, o maior município do país havia recebido 1,2 milhão de novos imigrantes ao longo dos cinco anos anteriores. Em 2004, o número caiu para 832 mil e chegou a 535 mil em 2009 – número 43,7% menor do que o do início do período.
Por outro lado, as cidades com população de até 10 mil habitantes (27% dos municípios do país) perderam moradores. Segundo o IBGE, essas localidades têm o Produto Interno Bruto (PIB) – soma das riquezas e bens produzidos – muito baixo e pouco dinamismo econômico, o que estimularia a migração por melhores condições de vida.
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