domingo, 24 de junho de 2012

Arma cibernética? Ataques terroristas virtuais?


Flame espiona e pode sabotar computadores. É provável que o vírus tenha sido criado em uma parceria Israel-EUA com objetivo de atacar o programa nuclear iraniano.


O poderoso vírus de computador Flame é capaz não apenas de espionar mas de sabotar sistemas de computação, e é provável que tenha sido usado para atacar o Irã em abril, de acordo com a Symantec, uma grande companhia de segurança na computação.
O Irã havia acusado o Flame de causar perda de dados nos computadores do principal terminal de exportação de petróleo e no Ministério do Petróleo do país. Mas antes da descoberta da Symantec, os especialistas haviam descoberto apenas provas de que o programa espionava conversações entre computadores infectados, e roubava dados.
Vikram Thakur, pesquisador da Symantec, informou na quinta-feira que a companhia agora identificou um componente do Flame que permite que operadores apaguem arquivos de computadores, o que significa que o vírus pode causar problemas em programas importantes ou desabilitar completamente um sistema operacional.
“Eles têm a capacidade de apagar tudo que está armazenado em um computador”, disse Thakur. “Não é algo teórico, mas sim uma capacidade concreta e presente”.
O Flame surgiu pelo menos cinco anos atrás e é o mais sofisticado programa de espionagem cibernética já descoberto. Pesquisadores vêm correndo para compreender melhor suas capacidades desde que a Kaspersky Lab, de Moscou, identificou o Flame no mês passado, depois que uma agência da ONU convidou a companhia de segurança na computação a estudar um vírus que, segundo o Irã, havia sabotado computadores no país, apagando dados importantes.
Na semana passada, pesquisadores da Kaspersky Lab associaram parte do código do Flame ao Stuxnet, arma cibernética supostamente usada pelos Estados Unidos e Israel para atacar o programa nuclear do Irã. A Symantec confirmou posteriormente que o Flame e o Stuxnet usam trechos comuns de código.
Funcionários e ex-funcionários dos serviços de segurança norte-americanos disseram à Reuters esta semana que os EUA haviam participado da criação do Flame. O jornal Washington Post reportou que os EUA e Israel haviam desenvolvido o Flame juntos, para recolher informações sobre o programa nuclear do Irã.
O Irã se queixou de novo da ameaça de ataques a seus computadores, quinta-feira (21/06), dizendo ter detectado planos dos EUA, Israel e Reino Unido para um ataque “maciço”, depois do fracasso de negociações sobre as atividades nucleares de Teerã. Não se sabe se estavam se referindo ao Flame ou a outro vírus.

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