O
Censo Demográfico 2010 registou 286.468 imigrantes que, vindos de outros
países, viviam no Brasil há pelo menos cinco anos e em residência fixa. O
número foi 86,7% maior do que o encontrado pelo Censo Demográfico 2000, quando
foram registrados 143.644 imigrantes na mesma situação. Os dados do Censo
Demográfico 2010 foram divulgados nesta sexta-feira (27) pelo Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
São
Paulo, Paraná e Minas Gerais, juntos, receberam mais da metade dos imigrantes
internacionais, seguidas de Rio de Janeiro e Goiás. Os principais países de
origem dos imigrantes, segundo o Censo de 2010, são Estados Unidos (51.933),
Japão (41.417), Paraguai (24.666), Portugal (21.376) e Bolívia (15.753).
O
recorte da pesquisa também mostra dados sobre deficiências, migração,
nupcialidade, fecundidade e mortalidade infantil, educação, trabalho,
rendimento, tipos de domicílios e deslocamento. (leia mais abaixo)
Migração de retorno
O
levantamento aponta que os migrantes de retorno, que voltam aos seus estados de
origem, somaram mais de 1,1 milhão de pessoas entre 1995 e 2000. No período de
2005 a 2010 foi registrado um total de 1,2 milhão de migrantes. Os estados do
Norte tiveram aumento na proporção de retorno, com exceção do Acre, que manteve
praticamente no mesmo patamar na taxa de 21% entre 1995 e 2000 e 20% entre 2005
e 2010.
Rondônia
passou de 7,4% de 1995 a 2000 para 13,1% entre 2005 e 2010. Roraima registrou
2,1%, entre 1995 e 2000, para 8% entre 2005 e 2010.
Os
estados do Nordeste, tanto em 2000 quanto em 2010, apresentaram as maiores
proporções de retornados, passando de 40% do total de imigrantes na maioria de
seus estados, com exceção do Rio Grande do Norte e Sergipe.
No
Sudeste, Minas Gerais e Espírito Santo tiveram redução na proporção de
retornados, que permaneceram acima dos 30% em 2000 e em 2010.
Em
São Paulo houve aumento de retornados, nos períodos de 1995 a 2000 e de 2005 a
2010, com registro de 9,6% e 18,9% do total de imigrantes, respectivamente. O
Rio de Janeiro apresentou uma proporção de retornados de 15,6% e de 20,3%,
respectivamente.
No
Sul, Paraná e Rio Grande do Sul apresentaram altas proporções de migração de
retorno, passando dos 30% nos dois períodos.
No
Centro-Oeste foi registrado pelo IBGE o aumento dos retornados em todos os
estados, principalmente no Mato Grosso e no Distrito Federal.
Nupcialidade
A
proporção de pessoas divorciadas quase dobrou entre 2000 e 2010, passando de
1,7% para 3,1%. Na comparação nacional, Rio de Janeiro (4,1%), Mato Grosso
(4,1%) e Distrito Federal (4,2%) apresentam os maiores valores deste indicador.
Maranhão tem o menor, com 1,2% de divorciados em 2010.
Os
dados separados por estado mostram que, em Rondônia, o número de pessoas que,
após um período de união conjugal, já não viviam mais nessa situação aumentou
33%. Em Mato Grosso, o crescimento foi de 31%. O Rio de Janeiro teve índice de
17,5% de pessoas que passaram por dissolução do casamento. Por outro lado, o
levantamento identificou redução na proporção de pessoas que nunca se casaram,
passando de 38,6% para 35,4%.
Segundo
o IBGE, na última década, dados da pesquisa do Registro Civil apontaram um
aumento do número de divórcios no país, principalmente a partir de 2007, quando
essas medidas puderam ser feitas por vias administrativas nos Tabelionatos de
Notas. A partir de 2010 foi possível requerer a dissolução do casamento a
qualquer tempo, seja o divórcio de natureza consensual ou litigiosa.
No
país, 36,4% das pessoas declararam viver em união consensual em 2010. O número
é maior do que o registrado em 2000, quando 28,6% da população estava nesta
situação.
Fecundidade e
mortalidade infantil
A
taxa de fecundidade total no país, de acordo com o Censo Demográfico 2010, era
de 2,38 filhos por mulher, em 2000, e passou a a 1,90 filho por mulher. A queda
na década é de 20,1%.
Mortalidade
infantil
A
taxa de mortalidade infantil obtida por método indireto com as informações do
Censo Demográfico 2010 foi de 15,6‰, o que representa 15,6 óbitos de crianças
menores de 1 ano para cada 1.000 nascidos vivos.
Segundo
o IBGE, a fonte de dados natural para o cálculo deste indicador deveria ser o
registro de nascimentos e óbitos, de acordo com as Estatísticas do Registro
Civil ou pelo Sistema de Informações de Nascidos Vivos (Sinasc). No entanto, o
instituto considerou que os dados fornecidos pelas duas fontes ainda possuem
limitações de cobertura nos estados, especialmente no Norte e Nordeste.
Educação
Os
resultados do Censo Demográfico 2010 mostraram que 3,1% das pessoas entre 7 e
14 anos de idade não frequentavam escola no país. Entre as crianças a partir de
6 anos (idade definida para iniciar o ensino fundamental com duração de nove
anos) o percentual de pessoas que não frequentavam escola até os 14 anos foi de
3,3%. Cerca de 966 mil crianças e adolescentes (6 a 14 anos de idade) não
frequentavam escola em 2010.
Trabalho
Entre
a população economicamente ativa no país, com 15 anos ou mais de idade (faixa
etária utilizada para muitos enfoques internacionais), a taxa de atividade
alcançou 3,7% em 2010. Os valores subiram nas regiões Sul (69%) e Centro-Oeste
(68,5%). Os mais baixos ficaram nas regiões Nordeste (58,1%) e Norte (61,2%). A
região Sudeste ficou com (65%).
Em
2010, a taxa de atividade desta faixa etária alcançou 71% no Distrito Federal e
71,6% em Santa Catarina. O outro extremo foi registrado no Maranhão (55,4%) e
em Alagoas (55,5%).
Rendimento
Apenas
0,9% da população brasileira ganhava mais de 20 salários mínimos de rendimento
mensal em 2010. A parcela sem rendimento foi de 6,6% e a das com remuneração de
até um salário mínimo foi de 32,7%. As pessoas que ganhavam mais de dez
salários mínimos mensais chegaram a 3,1% da população ocupada.
O
rendimento médio mensal de todos os trabalhos das pessoas ocupadas no país teve
crescimento real de 5,5%, de 2000 para 2010. O incremento no rendimento das
mulheres foi de 13,5% maior do que no dos homens, que chegou a 4,1% na década.
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