Há sempre o lado bom ao
ver a juventude engajada em causas públicas e participando politicamente.
Parafraseando a presidenta Dilma, é melhor o barulho das manifestações
pacíficas do que o silêncio da alienação politica.
O problema é quando os
manifestantes, depois da nação brasileira conquistar total liberdade para fazer
manifestações pacíficas, escolhem como método o confronto violento, que espanta
justamente a população mais oprimida, em vez de atraí-la para maior
participação política.
É o que aconteceu em
manifestações contra o aumento das passagens de ônibus convocadas pelo
Movimento Passe Live (MPL).
Se você não está por
dentro do assunto, há uma boa reportagem na Rede Brasil Atual.
Tiro
no pé
Fala sério! Já chega os
ataques do PCC, né gente? O cidadão que anda de ônibus fica apavorado com
"vanguardistas", que dizem defender seus interesses, mas depredam e
ameaçam incendiar ônibus, carros e agem como chamariz para o confronto com a
polícia. Não existe manifestação mais auto-destrutiva, indo contra os objetivos
que prega.
Esse método de
barbarizar não passa de trocar a dura luta de desenvolver consciência política
coletiva, palmo a palmo, pelo marketing fácil, oportunista e reacionário de
ganhar visibilidade instantânea no Jornal Nacional e na imprensa estrangeira
provocando o conflito de propósito. Ganha seus 15 minutos de fama, no estilo
"falem mal, mas falem de mim", porém espanta o próprio público alvo
da mensagem, os cidadãos que andam de ônibus e não querem nem ouvir falar em
violência, coisa que ele quer afastar de seu cotidiano.
Para um estudante
universitário bem de vida, pode dar adrenalina depredar e provocar o confronto
com policiais. Aquele sentimento romântico de sentir-se rebelde,
revolucionário, parecer que está fazendo a diferença e lutando por uma causa.
Aquela coisa da "primeira bomba de gás lacrimogênico" ou da
"primeira prisão a gente nunca esquece" (isso para quem pode se dar
ao luxo, inclusive de ter dinheiro para pagar fiança ou advogado). Mas sem
combinar com o povo, essa adrenalina vira hedonismo político, que mais serve à
satisfação pessoal, semelhante à adrenalina de praticar um esporte radical, do
que às transformações sociais.
Não estamos vivendo
tempos de resistência à ditaduras, nem de guerras de libertação nacional, que
justificaria recorrer à brigas de ruas como método. Pelo contrário, o momento
atual é de vencer a violência e insegurança que atormenta o cotidiano,
sobretudo dos mais pobres. A luta política de hoje pede o uso das ferramentas
de construção e difusão do conhecimento político, que por natureza são
pacíficas, e não da força bruta. Hoje todo mundo pode panfletar e soltar a voz
à vontade nas ruas e na internet, uma poderosa ferramenta que não existia
antes.
É duro fazer trabalho
de formiguinha, madrugar nas portas de fábrica, panfletar nos trens, ônibus e
metrôs, ser povo e estar onde o povo está; fazer plenárias nas periferias,
conversar, debater, socializar a informação e os debates nas redes sociais;
fazer manifestações pacíficas (coisa que
não atrai os holofotes do Jornal Nacional). É duro construir movimentos
organizados sólidos, com capacidade transformadora. Mas é o que cria
consciência política de verdade, amplia horizontes, visão de mundo e faz as
transformações sociais acontecerem.
É pena, porque se
tivessem focado no conteúdo de suas propostas, em vez de focar na forma
violenta de manifestar, o debate estaria sendo outro.
Manifestante do Passe Livre com uma bandeira do Brasil na mão escrito “Lixo” vestindo uma camiseta do EUA. Vai entender!!! Conscientização? |
Gilberto Maringoni
VÂNDALOS NÃO SÃO MANIFESTANTES – Quem já participou de manifestações públicas sabe ser impossível controlar o comportamento de cada integrante. Não há catraca, não há crachá e nem ingresso para se juntar a um protesto. Ainda mais a marchas com mais de 10 mil pessoas, como a de hoje, em São Paulo.
As cenas de vandalismo, como pichar a bandeira do Brasil, quebrar vitrines e patrimônio público, incendiar ônibus e detonar parte da fachada da sede do PT são atos boçais, que faz o jogo de quem se opõe às manifestações.
São gestos absolutamente marginais . A manifestação NÃO passou pela rua Silveira Martins, onde se situa a sede do PT. Os incendiários do parque D. Pedro foram repelidos pelos manifestantes.
Acusar um movimento pacífico de ter táticas violentas é falta de informação ou absoluta má fé.
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