Cidade Chinesa 2014 |
Um relatório divulgado
pela Organização Mundial de Saúde na terça-feira revela que a poluição do ar
causou 7 milhões de mortes em 2012, uma em cada oito no planeta. Os dados
demonstram um aumento de 100% neste tipo de morte desde a última pesquisa em
2008, com 90% delas ocorrendo em países em desenvolvimento, sendo as regiões do
Pacífico do Oeste (que inclui o leste da Ásia e as ilhas Pacíficas) e Sudeste Asiático
sendo as mais afetadas.
O órgão de saúde da ONU
afirma no relatório que a poluição aérea agora é “o maior risco ambiental à
saúde”, causando mortes por doenças cardiovasculares (60% dos casos), câncer do
pulmão e obstruções respiratórias crônicas. A diretora do departamento de saúde
pública da OMS, Maria Neira, disse na rede norte-americana CNN que “poucos
fatores têm um maior impacto na saúde global do que a poluição do ar: as
evidências indicam a necessidade de um esforço conjunto para limpar o ar que
todos respiramos”.
Em outubro do ano
passado, a organização classificou a poluição aérea oficialmente como um fator
cancerígeno, colocando-a lado a lado com asbestos, tabaco, e raios ultravioleta
como uma das principais causas de câncer.
Em grande parte, essa
poluição é criada por emissões industriais e de motores a diesel e gasolina,
porém, muito dela vem da queima de carvão e madeira para cozinhas domésticas. A
OMS estima que cerca de 3 bilhões de pessoas no mundo ainda usam métodos
tradicionais como estes para cozinhar. Na Índia, por exemplo, calcula-se que
63% da população cozinha desta maneira.
O chefe do Grupo de
Pesquisas Ambientais do King´s College de Londres, Frank Kelly, afirmou no
jornal The Washington Post que é tarefa dos governos diminuir os níveis de
poluição por meio de legislações, pela remoção de usinas elétricas e fábricas
das grandes cidades, e providenciando alternativas baratas para fogões de
carvão e madeira. As pessoas também podem diminuir os riscos a si próprias
evitando dirigir na hora do rush e trafegando por ruas menos movimentadas,
segundo Kelly.
“A poluição do ar tem
causado mais mortes do que doenças
graves, como o HIV e a malária juntas”, afirmou o diretor geral da Organização
para o Desenvolvimento Industrial (Unido), Kandeh Yumkella, em uma conferência
da ONU ocorrida em Oslo, na Noruega, em abril de 2013.
Os efeitos sobre a
saúde são devastadores. Entre os perigos presentes no ar poluído estão as
partículas ultrafinas, conhecidas como PM 2,5. Presentes na fuligem liberada pelos carros. Essas
partículas invisíveis podem penetrar nos pulmões e na corrente sanguínea,
causando doenças cardíacas, câncer de pulmão, asma e infecções respiratórias.
Segundo a OMS, a média da concentração anual dessas partículas no ar deve ser
de até 20 microgramas por metro cúbico (µg/m3), níveis considerados seguros.
Desde 2004, o números
de pessoas que morrem de doenças relacionadas à poluição vem crescendo.
Representantes da ONU acreditam que, até 2030, se os países passarem a investir em energias renováveis, como solar, hidrelétrica e eólica, há possibilidade de
o nível de poluição mundial cair pela metade.
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