quarta-feira, 29 de junho de 2011

Quem não deve…

                                         
Comissão da Verdade pressupõe a existência de documentos. Qual é o sentido deste segredo eterno? (Vito Giannotti – Correio do Brasil).




Diziam nossas avós: quem não deve, não teme. Se não tenho crime nenhum no cartório, vou querer incendiar o cartório, por que? Vamos perguntar a nossas avós. Nesse mês de junho estamos vendo muita gente temer a abertura dos arquivos da história do Brasil. Os porta-vozes deste bloco são dois sujeitos altissimamente conhecidos por seus gloriosos serviços ao país: nada menos que José Sarney e Fernando Collor. Mas atrás do biombo deles há muito mais gente.

Alguém imagina que o empresário torturador e matador de comunistas, durante a ditadura militar, o cidadão Boilesen, presidente da Ultragás, foi o único entre seus pares? Quantos outros empresários agiram igual a ele? O estudioso e escritor René Dreifuss, em seu o livro 1964 – A conquista do Estado, nos dá um monte de nomes de sujeitos iguais a este senhor. Um deste é o presidente da Fiesp, Teobaldo de Nigris, que em 1969 fez pessoalmente uma caixinha para recolher dinheiro para montar o centro de tortura e assassinatos, a Operação Bandeirantes (Oban).

Quantos senhores donos de canais de televisão ou estações de rádio, ou de comércios, jornais, revistas e bancos faziam parte desta corriola? Só os militares deram o golpe cívico-militar, em 1964? E os civis? Cadê a documentação? É preciso o segredo eterno mesmo!

Pelo Projeto de Lei 41 defendido pelos dois nobres expresidentes, nem Cristo vai saber nunca! Tem que garantir o silêncio eterno. Documentos ultrassecretos até o fim do mundo. E assim, militares e civis, célebres torturados e assassinos da ditadura de 1964 e da Operação Condor estarão livres e soltos.

Comissão da Verdade pressupõe a existência de documentos. Qual é o sentido deste segredo eterno? As alegações são a tal da segurança nacional, fronteiras e coisa e tal. Belas desculpas esfarrapadas. Será que o povo brasileiro não quer ver os documentos sobre o helicóptero que caiu, em 1992, com dois pesos-pesados da política, nacionalistas que não se afinavam com o neoliberalismo imperante: Ulisses Guimarães e Severo Gomes? E a morte de Tancredo? Muito mineiro conta e acredita em cada história! E cadê a documentação? Mas nossos Sarneys e Collors estão em campanha pelo silêncio até o fim dos tempos. Qual outro país tem este mecanismo de acabar com sua história? Bom, nós temos o antecedente de Rui Barbosa com os documentos sobre a escravidão, segundo nos contam para evitar a busca de indenização por ex-senhores de escravos, com base nos registros.

Se o governo não jogar todo seu peso para esmagar esta campanha de seus queridos aliados, estaremos voltando atrás um século no caminho da cidadania.
Depois nós criticamos os Argentinos, leia uma matéria antiga neste blog sobre Direitos Humanos, vejam que nesta questão a Argentina está bem á frente.

sexta-feira, 24 de junho de 2011

10 anos sem Milton Santos.

Milton Santos ensinou-nos que a Geografia é uma filosofia das técnicas e que tem uma imensa contribuição a dar para a compreensão da sociedade e, com ela, olhar de frente e otimista para este período popular da história em que vivemos. Tempo de esperança no mundo novo que se forja, com a participação efetiva da maioria pobre, com suas maravilhosas estratégias de sobrevivência e de vida. Mundo novo e ainda incompreensível. Mundo solidário desses homens pobres e lentos que dominam o planeta.
Sua obra, ainda pouco conhecida e estudada no Brasil, revoluciona não apenas a Geografia, mas as ciências humanas e sociais. Com sua genial conceituação sobre o espaço geográfico, esse sistema indissociável de objetos e ações, Milton nos dá a possibilidade de compreender sobre a totalidade-mundo. Revisita a Geografia e oferece, especialmente aos geógrafos brasileiros, a possibilidade ímpar de aprofundar o conhecimento sobre o nosso país, oferecendo-nos uma preciosidade que é a compreensão, neste gigante continental, do território como abrigo de todos os homens, ou o espaço banal e o território como recurso para os interesses hegemônicos e para as políticas levadas a efeito no Brasil de hoje. Compreender a formação territorial a partir desses conceitos é oferecer à sociedade um texto geográfico rigoroso, que poderá fundamentar um discurso político vigoroso.
A Geografia jamais poderá ser a mesma depois da obra de Milton Santos. Persistir entendendo-a como "física" relacionando sociedade e natureza é ignorar o movimento do mundo, explicado não apenas pelos geógrafos, mas pelas ciências, em geral; é ignorar a história dos homens.
A Geografia perde seu grande filósofo; a Universidade, seu mais destacado, dedicado e competente professor e intelectual. Viva Milton Santos, um cidadão do mundo que nos deixa a esperança como herança!

EUA o maior mercado mundial de drogas.


A América do Norte, em particular os Estados Unidos, continua a ser o maior mercado de drogas do mundo, de acordo com documento divulgado nesta quinta-feira (23) pelo Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (Unodc). Dados do Relatório Mundial sobre Drogas 2011 indicam que o tráfico permanece direcionado em primeiro lugar para a região, onde a produção de drogas ilícitas está majoritariamente relacionada à maconha, aos estimulantes tipo anfetamina e aos opiáceos.
O documento mostra que as apreensões de cocaína na América do Norte diminuíram 43% entre 2005 e 2009, mas, no mesmo período, houve aumento das apreensões de anfetaminas (87%), ecstasy (32%), maconha (71%) e heroína (19%).
A taxa de prevalência de consumo de maconha na população entre 15 e 64 anos chega a 10,7% – bem acima da média mundial (7%). A região abriga cerca de um quinto de todos os usuários da droga no mundo. Entretanto, segundo o Unodc, a droga de maior importância relativa na América do Norte é a cocaína, uma vez que 37% dos usuários em todo o mundo vivem na região. A taxa de prevalência da droga entre a população de 15 a 64 anos é de 1,9%, enquanto a média global é de 0,4%.
Outro problema avaliado pelo relatório como significativo trata do uso sem prescrição de medicamentos, principalmente analgésicos (4,9%) e tranquilizantes (2,2%). A taxa anual de prevalência entre a população com 12 anos ou mais é de 6,4% e perde apenas para a maconha.
Entre os novos usuários de drogas nos Estados Unidos, cerca de 2,2 milhões começaram o consumo por meio de analgésicos. Em 2006, a estimativa é que 38,4 mil pessoas tenham morrido no país em decorrência do uso de drogas, com uma taxa de mortalidade de 182 óbitos para cada milhão de habitantes entre 15 e 64 anos.
Produção
A América do Sul, por sua vez, permanece conhecida pela produção e pelo tráfico de cocaína em larga escala, mas o consumo de drogas, sobretudo em países do Cone Sul, também tem se tornado significativo.
De acordo com a publicação, a produção ilícita de drogas continua significativa em três países andinos – Colômbia, Peru e Bolívia, responsáveis por praticamente 100% da produção global da folha de coca, matéria prima para a fabricação da cocaína.
Em 2010, a coca foi cultivada em 149 mil hectares distribuídos pela América do Sul. A produção de cocaína em laboratórios clandestinos também foi registrada na região. Dados indicam, entretanto, que a produção da droga tem demonstrado tendência de declínio, com uma queda de um sexto no período de 2007 a 2010.
A maioria dos países da América do Sul, da América Central e do Caribe, segundo o Unodc, registra também níveis significativos de produção de maconha. Em 2009, 70% das apreensões globais da droga ocorreram na região, sendo três quartos desse total na América do Sul.
As maiores apreensões registradas em termos de volume são as de folha de coca. Entretanto, as apreensões da droga diminuíram no período de 2007 a 2009 em cerca de 25%, refletindo em parte um declínio na produção. Já as apreensões de cocaína em países da América do Sul, da América Central e do Caribe somaram 74% do total mundial, indicando um aumento de 27% no mesmo período.
O relatório alerta que a prevalência do uso de cocaína na região está acima da média mundial – entre 0,9% e 1% da população de 15 a 64 anos, o equivalente a cerca de 3 milhões de pessoas ou 17% da população mundial consumidora de cocaína. A droga representa cerca de 50% de todas as demandas por tratamento para dependentes na América do Sul, na América Central e no Caribe.

Se os EUA atacassem sistematicamente a entrada das drogas em seu território, impedissem o envio de armamento sofisticado aos cartéis mexicanos, golpeassem profundamente a milionária rede que aufere lucros gigantescos com o tráfico, prendessem os traficantes e desarticulassem suas redes – o mundo viveria melhor. Mas a sociedade que mais consome drogas no mundo, tornando-se o seu maior mercado consumidor, é uma sociedade essencialmente dependente das drogas para sobreviver, pelo estilo de vida que leva e espalha sua doença para os outros países.

quinta-feira, 23 de junho de 2011

A crise da "sociedade de mercado" (Amílcar Salas Oroño - Carta Maior)

A ficção da “sociedade de mercado” autorregulada que desmorona agora na Grécia, na Espanha e em outros países europeus, é resultado de um processo que vem de vários anos. Talvez suas primeiras manifestações tenham surgido nas periferias do sistema capitalista. Neste sentido, o ciclo de protestos sociais latino-americanos que deu lugar a um conjunto de governos progressistas já indicava esse desmoronamento. Não é causalidade, então, que seja no Chile – na contramão destes governos e dos processos que os forjaram – onde também se repete o descontentamento que se vê na Europa, a partir de um rígido esquema universitário exclusivamente orientado à figura de um consumidor privilegiado.
I
A particularidade da “sociedade de mercado” que se difundiu com extrema rapidez do século XIX em diante, dos centros às periferias, recebe um novo embate, variado, inconcluso, popular, desde regiões muito distintas. Há algo da “promessa” do ideário liberal que, como ocorreu na Segunda Guerra Mundial, parece estar desvanecendo-se no ar: suas instituições fundamentais atravessam uma fase de muito desprestígio, o que antecipa um próximo período de rearranjos organizacionais, culturais e ideológicos de diversas magnitudes, sem que possa especular-se ainda sobre seus tempos de desenvolvimento nem sobre suas direções. Mas pela cadeia de respostas e “indignações” que se manifestam diariamente neste novo ciclo de crise capitalista pode afirmar-se, retomando K. Polanyi, que uma (nova) Grande Transformação está ocorrendo de maneira cada vez mais explícita: a pretensão da autorregulação pressuposta em uma “sociedade de mercado” perdeu novamente sua força retórica moralizante e estruturadora dos comportamentos. O que está se reclamando de diferentes formas é, no fundo, que a sociedade não fique como refém exclusivo do mercado, ou seja, que exista alguma forma de “intervenção social” sobre o mesmo, de regulação, com a variedade de opções e contradições que supõe um pedido desta natureza; em resumo, a sociedade antes que o mercado, e não o contrário.
II
O fim da primeira versão do padrão ouro internacional constituiu um momento chave na história do capitalismo, distinguindo duas épocas: representou um freio ao liberalismo (econômico) como modelo civilizatório, com sua variada edificação conceitual de ideologias conexas e instituições, dando lugar a uma transformação radical nas idéias sobre os destinos coletivos, inclusive deixando espaço de atuação para aquelas opções que terminaram por constituir um dos capítulos mais dolorosos da história do homem em sociedade.

No entanto, por processos históricos superpostos e derivados daquelas mudanças, após as modificações nos padrões de transação monetária dos anos 70 e a internacionalização das forças produtivas, acoplados à gravitação crescente dos circuitos de valorização financeira, um (novo) liberalismo conseguiu se reposicionar como modelo de sociedade, em paralelo com a hegemonia estadunidense. Agora, esse mesmo (neo) liberalismo que foi se desenvolvendo desde então como discurso e prática econômica se desenhou ideologicamente sobre uma similar pretensão de “sociedade de mercado” autorregulada, com o acréscimo de que, pelas complexidades das circunstâncias, essa mesma pretensão devia ser equalizada por meio de alguns organismos supranacionais chave – FMI, Banco Mundial, Banco Central Europeu, entre outros – que dariam curso e projeção ao próprio “equilíbrio natural”.

Como aquele, agora é este neoliberalismo que está sob suspeita, sobretudo a partir da crise do capital financeiro (2008) que colocou a maioria dos países centrais diante da impossibilidade de, por um lado, reestabelecer uma dinâmica de acumulação que reverta a situação de default (omissão) generalizado e, por outro controlar as derivas da própria especulação financeira que, longe de ter se moderado, espalha-se para múltiplos segmentos – como as commodities alimentares, questão que pode tornar o panorama global ainda menos auspicioso.
III
Como socialização política, o liberalismo/neoliberalismo volta a colapsar; como modelo organizador da sociedade volta a evidenciar sua incapacidade de modo contundente. Nisso consiste, a atual crise do capitalismo: a sucessão de “indignados” não faz mais do que exibir o fracasso de sua proposta civilizatória, a inconsistência de seus princípios, a contradição de suas instituições. A pretensão autorregulatória neoliberal se desmancha dia após dia, do mesmo modo que suas “promessas”. Resulta fundamental que as demandas de intervenção e regulação desta crise não se resolvam autoritariamente como no século passado, uma tendência latente se leva em conta os triunfos das direitas políticas em boa parte dos países europeus.

Neste sentido, certas medidas políticas definidas por alguns governos latino-americanos parecem estar à altura das circunstâncias, o que é inclusive, admitido por acadêmicos estadunidenses e europeus. Não é pouco, levando em conta o tradicional lugar que foi outorgado à região.

sexta-feira, 17 de junho de 2011

quarta-feira, 15 de junho de 2011

Risco Brasil é menor que o dos EUA.

Notícia muito boa para a economia e a política externa brasileira.


O ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou nesta quarta-feira 15/06 que, pela primeira vez na história, o risco do Brasil é menor que o dos Estados Unidos.
Em entrevista no Palácio do Planalto, Mantega disse que a notícia mostra "a solidez da economia brasileira e a confiança que temos do mercado".
Mantega citou o risco medido pelo Credit Default Swap (CDS, sigla em inglês) de um ano – instrumento de proteção contra o risco de um devedor não cumprir suas obrigações, que representa o custo de proteção contra o não pagamento da dívida pública. Segundo ele, "quem tem medo do não cumprimento de pagamentos, faz um seguro".
Ontem, o CDS do Brasil recuou a 42 pontos base no prazo de um ano, ante o custo de 49 pontos base para proteção da dívida dos EUA em um prazo equivalente. Mantega disse que o governo está "muito feliz" com essa classificação sobre o custo para garantir proteção contra eventual calote da dívida brasileira.

domingo, 12 de junho de 2011

GASTOS MILITARES


A edição eletrônica da revista The Economist publicou o gráfico sobre os gastos militares no mundo. Embora o resultado não seja novidade, continua sendo espantoso assim mesmo. Entre os 18 maiores orçamentos militares do mundo, os EUA, sozinhos, gastam mais que todos os 17 outros.
São US$ 700 bilhões, que correspondem a 4,8% do PIB do país. É quase seis vezes o que gasta a China (e mais que o dobro em percentagem do PIB).
Perto dos níveis americanos, em matéria de fatia do PIB destinada a gastos militares, só está a Rússia, que tem problemas de conflitos internos e, sobretudo, a pesada herança de equipamentos e efetivos do exército soviético, que outrora rivalizava com o americano.
O Brasil, como você pode observar, fica – ainda bem! - lá no final da proporção entre PIB e gastos militares. Ficamos acima apenas do Canadá – que não é referência nessa matéria – e da Alemanha e japão, dois países que, como herança da 2ª Guerra, foram praticamente desmilitarizados.
Agora você imagine esta montanha de recursos, num mundo de paz, sendo usada em favor do desenvolvimento humano, do fim da miséria e da sustentabilidade ambiental.

sexta-feira, 10 de junho de 2011

ABSURDO, REVOLTANTE. As experiências “nazistas” dos EUA

EUA infectaram guatemaltecos com sífilis e outras doenças secretamente nos anos 40.

                      “Marta Orellana", uma das vítimas.
        O jornal britânico The Guardian publicou, na quarta-feira 8, uma reportagem trazendo depoimentos de vítimas de experimentos médicos secretos dos EUA na Guatemala, nos anos 40. Na época, o governo americano infectou órfãos, prostitutas, prisioneiros e recrutas militares guatemaltecos com sífilis, gonorréia e cancróide, sem o conhecimento das vítimas, para testar um tratamento com penicilina.
O experimento, que contaminou 1,5 mil pessoas na Cidade da Guatemala, permaneceu em segredo por mais de seis décadas. Os EUA admitiram os testes em outubro de 2010, quando a secretária de Estado, Hillary Clinton, e a secretária da Saúde, Kathleen Sebelius, fizeram uma declaração conjunta desculpando-se pela pesquisa. Segundo o Guardian, o presidente americano, Barack Obama também manifestou o mesmo sentimento ao líder da Guatemala, Alvaro Colom.
Supostas vítimas dos testes secretos entraram com uma ação de classe nos EUA, exigindo uma compensação rápida, devido aos problemas de saúde causado às vitimas e seus filhos, que podem ter sido contaminados congenitamente. O governo americano vai se reunir com o representante do grupo em agosto, mas se a negociação falhar, o caso segue para a corte do distrito de Washington onde pode levar anos para ser solucionado.
O inquérito oficial da Guatemala sobre o caso, comandado pelo vice-presidente do país, deve ser publicado em junho. Mas o país teria aceitado participar dos testes em troca de materiais para instituições carentes, entre outras solicitações
Eis alguns depoimentos das vítimas:
“Eles não me disseram porque me escolheram”, disse Orellana, que tinha quatro anos quando foi enviada a uma instituição depois que seus pais morreram. Depois da sondagem ginecológica inicial, quando ela supõe que ela foi infectada, recebia penicilina semanalmente. “Meu corpo doía e eu estava com sono, eu não queria brincar.” Pelo menos 10 outras meninas também foram escolhidas para o estudo, acrescentou.
Mateo Gudiel, 57, disse que seu pai, Manuel, 87, outro ex-recruta, tem infecções de sífilis ligadas à demência, e dores de cabeça. “Parte disso pode ter sido passada para mim, meus irmãos e nossos filhos.” As crianças podem herdar a sífilis congênita.
“Meu pai não sabia ler e o tratavam como um animal”, disse Benjamin Ramos, 57, filho de Federico, 87, um ex-soldado. “Esta foi a experiência do diabo.”
As vítimas permaneceram em grande parte desconhecidas, mas o The Guardian entrevistou as famílias dos três sobreviventes identificados até agora pela Guatemala. Eles narraram suas vidas destruídas por doenças, negligência e perguntas sem resposta. Na Guatemala, o inquérito oficial, chefiado pelo seu vice-presidente, deve publicar seu relatório em junho. “O que mais me impactou foi como pouco valor era dado a estas vidas humanas. Eles eram vistos como coisas a serem usadas”, disse Carlos Mejia, membro da comissão de inquérito e chefe do Colégio de Médicos da Guatemala.

Uma nação "civilizada", "defensora da democracia", detalhe só pediram desculpas quando a notícia foi exposta, como se isso fosse suficiente para cobrir todos os males causados por essa prática NAZISTA.

domingo, 5 de junho de 2011

População mundial: já somos 7 bilhões?

A população mundial pode chegar à marca dos 9 bilhões até 2045. O planeta vai conseguir sustentar tanta gente?



Antes do século 20, nenhum ser humano tinha vivido o suficiente para testemunhar uma duplicação da população mundial, mas hoje há pessoas que a viram triplicar. Em algum momento até o fim de 2011, segundo a Divisão de População das Nações Unidas, seremos 7 bilhões de pessoas.
Embora seu ritmo esteja diminuindo, essa explosão demográfica está longe de terminar. As pessoas passaram a viver mais tempo e há tantas mulheres ao redor do mundo em idade de procriar - 1,8 bilhão - que a população global ainda vai continuar crescendo pelo menos durante algumas décadas, mesmo que cada mulher tenha menos filhos que na geração anterior. Até 2050, o total de seres humanos no planeta pode chegar a 10,5 bilhões ou então se estabilizar por volta dos 8 bilhões - a diferença é de cerca de um filho para cada mulher. Os demógrafos da ONU consideram mais provável a estimativa média: eles estão projetando uma população mundial de 9 bilhões antes de 2050 - em 2045. O resultado final dependerá das escolhas feitas pelo casal quando realizar o mais íntimo dos atos humanos.
Com a população mundial a aumentar ao ritmo de cerca de 80 milhões de pessoas por ano, é difícil não ficar alarmado. Em toda a Terra, os lençóis freáticos estão cedendo, os solos ficando cada vez mais erodidos, as geleiras derretendo e os estoques de pescado prestes a ser esgotados. Quase 1 bilhão de pessoas passam fome todo o dia. Daqui a algumas décadas, haverá mais 2 bilhões de bocas a ser alimentadas, a maioria em países pobres. E bilhões de outras pessoas lutarão para sair da miséria. Se seguirem pelo caminho percorrido pelas nações desenvolvidas - desmatando florestas, queimando carvão e petróleo, usando fertilizantes e pesticidas com abundância - vai ser enorme o impacto sobre os recursos naturais do planeta. Como podemos conciliar tudo isso?
Oito bilhões correspondem à estimativa mais baixa da ONU para 2050. Nesse cenário otimista, Bangladesh teria uma taxa de fecundidade de 1,35 em 2050, mas ainda 25 milhões de habitantes a mais que hoje. A taxa de fecundidade em Ruanda também seria inferior ao nível de reposição, mas sua população atingiria o dobro do que era antes do genocídio. Se esse é o cenário mais otimista, alguém poderia dizer, então o futuro é de fato deprimente.
Porém, também podemos tirar disso outra conclusão: talvez essa preocupação com os números populacionais não seja a melhor maneira de confrontar o futuro. As pessoas amontoadas em favelas necessitam de ajuda, mas os problemas a ser resolvidos são a pobreza e a falta de infraestrutura, não a superpopulação. Proporcionar a todas as mulheres acesso aos serviços de planejamento familiar é uma boa ideia. No entanto, o mais agressivo programa de controle populacional que se possa imaginar não vai salvar Bangladesh da elevação no nível do mar nem Ruanda de outro genocídio nem todos nós dos enormes problemas ambientais a nossa frente.
O aquecimento global é um exemplo. As emissões de carbono ocasionadas pelo uso de combustíveis fósseis estão aumentando com maior rapidez na China, mas ali a taxa de fecundidade já é inferior ao patamar de reposição - não resta muito a fazer em termos de controle demográfico. Nas regiões em que a população está aumentando em ritmo mais acelerado, como na África subsaariana, as emissões per capita são bem menores que nos Estados Unidos - portanto, o controle demográfico ali teria um efeito irrelevante sobre o clima. Segundo cálculos de Brian O. Neill, do Centro Nacional de Pesquisa Atmosférica, se em 2050 a população mundial for de 7,4 bilhões, em vez de 8,9 bilhões, as emissões de carbono seriam reduzidas em 15%. Para interromper o aquecimento global, teremos de trocar os combustíveis fósseis por outras formas de energia - seja qual for o crescimento populacional.
Claro que a quantidade de pessoas faz diferença. Mais relevante ainda é o modo como as pessoas consomem os recursos. O principal desafio para o futuro das pessoas e do planeta é tirar da pobreza o máximo de gente e ao mesmo tempo reduzir o impacto de todos nós sobre o planeta.
Tem como fazer? O problema maior é o LUCRO e a preocupação do homem em TER, no lugar do SER. Pensem bem pessoal somos o grande mal do Planeta, mas podemos ser os salvadores da Terra, escolha o lado. ABRAÇOS.

RIO + 20

A cidade do Rio de Janeiro será a sede da Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, em 2012. O encontro recebeu o nome de Rio+20 e visa a renovar o engajamento dos líderes mundiais com o desenvolvimento sustentável do planeta, vinte anos após a Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (Rio-92). Serão debatidos a contribuição da “economia verde” para o desenvolvimento sustentável e a eliminação da pobreza, com foco sobre a questão da estrutura de governança internacional na área do desenvolvimento sustentável. A Rio+20 insere-se, assim, na longa tradição de reuniões anteriores da ONU sobre o tema, entre as quais as Conferências de 1972 em Estocolmo, Suécia, e de 2002, em Joanesburgo, África do Sul. www.mma.gov.br
Infelizmente o Brasil está se preparando mal para o evento, acontecem poucos fóruns de discussões, pequena parcela da população está sabendo da importância Conferência e nas últimas semanas estamos dando exemplos negativos como o Código Florestal e Assassinatos de líderes ambientalistas no Pará. Estarei postando algumas reportagens referentes à RIO+20 neste mês de junho no Blog: ambientesustentável.blogspot.com, dá uma passadinha por lá. ABRAÇOS pessoal.