O Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) atualizou na última terça (31/07) a chamada Lista Suja, que
traz o Cadastro de Empregadores flagrados explorando mão
de obra escrava. A pasta incluiu mais 118 nomes e a lista passa a conter 398
infratores, entre pessoas físicas e jurídicas.
“A atualização da lista
demonstra a forte presença do trabalho degradante no campo, mas também confirma
a sua expansão no meio urbano”, avalia o presidente da Comissão Parlamentar de
Inquérito do Trabalho Escravo, deputado Cláudio Puty (PT-PA).
Para coibir o uso ilegal de mão-de-obra análoga a de escravo, o governo
criou em 2004 um cadastro onde figura os empregadores flagrados praticando a
exploração. Ao ser inserido nesse cadastro, o infrator fica impedido de obter
empréstimos em bancos oficiais do governo e também entra para a lista das
empresas pertencentes à "cadeia produtiva do trabalho escravo no
Brasil". O cadastro é utilizado pelas indústrias, varejo e exportadores
para a aplicação de restrições e não permitir a comercialização dos produtos
advindos do uso ilegal de trabalhadores.
A lista passa por atualizações maiores a cada seis meses. Os nomes são
mantidos por dois anos e, caso o empregador não volte a cometer o delito e
tenha pago devidamente os salários dos trabalhadores, o registro é excluído. A
inclusão do nome no Cadastro ocorre após decisão administrativa relativa ao
auto de infração, lavrado em decorrência de ação fiscal, em que tenha havido a
identificação de trabalhadores submetidos ao “trabalho escravo”.
As novas inclusões foram efetuadas com base em pesquisas realizadas no
Sistema de Acompanhamento de Combate ao Trabalho Escravo (SISACTE);
consultas no Controle de Processos de Multas e de Recursos (CPMR) e
no Setor de Multas e Recursos (SEMUR) das Superintendências
Regionais do Trabalho e Emprego - (SRTE), além de consultas a banco de dados do
governo federal, como o da Procuradoria da Fazenda Nacional.
Dentre as empresas urbanas incluídas na última
atualização está a MRV Engenharia, a MSKE Construções e Serviços e a Eplan
Engenharia Planejamento e Eletricidade. “Estes nomes ilustram as dificuldades
que sempre enfrentamos ao pautar o tema no Congresso Nacional. Gente poderosa
continua usando o trabalho escravo”, explicou o deputado.
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