terça-feira, 24 de dezembro de 2013

terça-feira, 10 de dezembro de 2013

CIA foi decisiva para prisão de Nelson Mandela em 1962.

O The New York Times revelou em 1990 que a CIA desempenhou um importante papel na prisão de Mandela em 1962. A agência, usando um agente infiltrado no Congresso Nacional Africano (CNA), deu à polícia sul-africana informações precisas sobre as atividades de Mandela. Segundo o diário norte-americano, um agente da CIA relatou: “Entregamos Mandela à segurança da África do Sul. Demos-lhes todos os detalhes, a roupa que ele estaria a usar, o horário, o exato local onde ele estaria”.

Thatcher e a terra do faz de conta

Em 1987, quando o então primeiro-ministro Cavaco Silva alinhou Portugal à Grã-Bretanha e aos Estados Unidos num voto contra o fim do apartheid e a libertação de Nelson Mandela, a então primeira-ministra britânica Margaret Thatcher dizia: "O CNA - Congresso Nacional Africano, partido de Mandela - é uma típica organização terrorista... Qualquer um que pense que ele vá governar a África do Sul está a viver na terra do faz de conta".

Reagan dizia que apartheid era essencial para o mundo livre

Nos Estados Unidos, a opinião sobre Mandela não era diferente: o presidente Ronald Reagan inscreveu o CNA na lista de organizações terroristas. Em 1981, Reagan disse que o regime sul-africano – o regime do apartheid – era "essencial para o mundo livre". Reagan explicou à rede de TV CBS que o seu apoio ao governo sul-africano se devia a que “é um país que nos apoiou em todas as guerras em que entramos, um país que, estrategicamente, é essencial ao mundo livre na sua produção de minerais.”

Mandela precisava de autorização especial para entrar nos EUA

Só em 2008, Mandela e o CNA deixaram a lista americana de organizações e terroristas em observação. Até então, Mandela precisava de uma permissão especial para viajar para os EUA.

Outro país que se manteve ligado ao regime segregacionista sul-africano foi Israel. Durante muitos anos, o governo israelita manteve laços econômicos e relações estratégicas com o regime do apartheid. Nesta sexta-feira, o governo israelita lamentou a morte de Mandela afirmando que o "mundo perdeu um grande líder que mudou o curso da história" e que ele foi um "apaixonado defensor da democracia".

“Eu também era um terrorista ontem”


Em entrevista ao jornalista Larry King em 2000, o próprio Mandela falou sobre esta mudança de tratamento. "É verdade. Ontem, chamavam-me terrorista, mas quando saí da cadeia, muitas pessoas me abraçaram, incluindo os meus inimigos, e é isso que digo habitualmente às outras pessoas que dizem que os que lutam pela libertação dos seus países são terroristas. Digo-lhes que eu também era um terrorista ontem, mas, hoje, sou admirado pelas mesmas pessoas que me chamavam terrorista”

sábado, 7 de dezembro de 2013

O povo sul-africano e a humanidade choram pela morte de Mandela (portal Vermelho)

Chora a África do Sul, chora toda a África martirizada, choram os povos escravizados e humilhados em todo o mundo. A humanidade inteira chora.
Faleceu nesta quinta-feira (5/11), aos 95 anos, Nelson Mandela, um dos maiores exemplos de líderes políticos da humanidade. A sua amada África do Sul “perdeu um colosso, um epítome da humildade, igualdade, justiça, paz e esperança de milhões de pessoas , aqui e no exterior”, como assinala o comunicado do seu partido, o Congresso Nacional Africano.
Madiba, como era carinhosamente chamado, foi uma figura gigantesca, que deu tudo de si pela libertação de seu povo e, ao se entregar abnegadamente a essa causa, deu um exemplo internacional de extraordinárias dimensões.
Característica rara – a mais preciosa entre os líderes políticos – a vida de Mandela foi um fio vermelho de coerência e de sintonia entre palavras e ações. Como dirigente do Congresso Nacional Africano e do Partido Comunista da África do Sul, Madiba liderou a luta contra o apartheid, por uma África do Sul livre e democrática. Combateu o racismo e a intolerância, lutou pela unidade nacional e pela igualdade social, racial e de gênero.
Nelson Mandela foi o primeiro presidente da África do Sul eleito democraticamente, em 19 de maio de 1994, e se dedicou incansavelmente a reconciliar o país, dilacerado pelo odioso regime do apartheid, exercido pela elite racista branca sul-africana. Levou até o fim, de maneira consequente, a sua decisão de fazer da África do Sul a “nação arco-íris”.
Na condição de líder da luta contra o apartheid e presidente da República, projetou mundialmente a África do Sul, como nação democrática e civilizada, em esforços permanentes pelo progresso social, o que lhe valeu o reconhecimento internacional, laureado com mais de 250 prêmios, entre os quais o Prêmio Nobel da Paz de 1993.
"Os verdadeiros líderes devem estar dispostos a sacrificar tudo pela liberdade de seu povo", disse em certa ocasião.
Como “senhor do seu destino”, “capitão da própria alma”, como gostava de repetir, deu elevada mostra de abnegação ao permanecer encarcerado durante 27 anos em Robben Island, onde foi obrigado a trabalhos forçados e a viver em diminuta cela.
Nelson Mandela, com o exemplo da sua ação, deixou uma marca indelével e eterna na história do seu povo, marcou a época em que viveu e se tornou herói da África do Sul e de toda a humanidade.
Ele será sempre recordado pela dimensão e fecundidade de seu exemplo, por sua imensa obra, por suas ideias generosas, suas inabaláveis convicções e a luta que empreendeu pela libertação do seu povo. Ao iniciar a construção da nova África do Sul, Mandela deu também uma contribuição contemporânea na luta por uma nova ordem mundial liberta do hegemonismo das grandes potências e das políticas de opressão e guerra.

A humanidade lhe é grata. Seu nome é símbolo da luta pela liberdade, a justiça e a dignidade do ser humano