domingo, 14 de agosto de 2011

"CHILE MARAVILHA"

Por que lutam os estudantes chilenos (15-07-2011).
O momento coloca em xeque a visão de um “Chile-maravilha”, comprada por parte da sociedade brasileira e dos países ricos. Os estudantes querem colocar a nu um sistema educacional que consideram desigual e excludente. A conta que hoje se cobra foi apresentada pela primeira vez em 2006, quando centenas de milhares de estudantes secundaristas foram às ruas, na chamada Revolta dos Pinguins. O que se queria era o fim da municipalização do ensino, o fim do lucro nos colégios privados, a gratuidade da prova de seleção universitária e a anulação da lei do período Pinochet, que criava as várias categorias de escolas.
Repressão, a resposta de Piñera aos estudantes chilenos (04-08-2011).
O centro de Santiago amanheceu com barricadas nesta quinta-feira (4), que cortaram o trânsito em vários pontos, como antessala das mobilizações em defesa da educação pública que já tinham sido proibidas pelo governo. Não obstante, a concentração iniciou na avenida Alameda, rodeada por mil carabineiros que, minutos antes da marcha, avançaram com carros com jatos d’água e gases para dispersar os primeiros grupos. O governo conservador de Sebastián Piñera respondeu à nova manifestação dos estudantes chilenos, com balas de borracha, gás lacrimogêneo e 133 detenções.
Protesto estudantil no Chile traz à memória ditadura de Pinochet (05-08-2011).
A mobilização de quinta-feira foi a mais violenta desde que se iniciaram os protestos, no dia 6 de junho. Antes que os estudantes conseguissem se juntar no centro de Santiago foram reprimidos duramente pela polícia, o que fez lembrar os piores momentos da ditadura de Pinochet. A permanência no gabinete de Piñera de vários ex-colaboradores do falecido ditador chileno, foi considerado um horrível deja vu por parte da cidadania que relaciona este governo com esses anos obscuros onde as botas e as baionetas governavam o Chile.
Os estudantes saem novamente às ruas no Chile (09-08-2011).
A Federação de Estudantes do Chile convocou a realização de panelaços em diversos pontos da capital na noite desta terça-feira, depois das novas detenções realizadas pelos carabineiros e da aparição de um grupo de encapuzados que provocaram incidentes em Santiago durante a mobilização de mais de 100 mil estudantes que pediram, mais uma vez, uma reforma educacional que garanta a gratuidade do ensino em seus três níveis.

120 mil pessoas dizem não à educação de Pinochet (10-08-2011).
A bandeira de luta – que se mescla com as dos trabalhadores do setor de mineração do cobre, dos desempregados, dos ecologistas, dos sufocados pelo sistema creditício, entre outros milhares de anônimos cansados dos abusos – é o fim da lógica de mercado no setor, além da volta da gratuidade da educação pública para os setores de menor renda da população. Cerca de 200 mil pessoas saíram tranquilamente às ruas do país para protestar contra um governo de direita que já não os representa. O artigo é de Christian Palma, direto de Santiago de Chile.

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