sexta-feira, 30 de março de 2012

4ª cúpola dos BRICS

Os países que compõem o Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) acordaram nesta quinta-feira (29) estudar a criação de um banco comum de investimentos para custear recursos de infraestrutura e projetos de economia sustentável em países emergentes, segundo a declaração final da cúpula. O grupo também fechou dois pactos para fomentar o comércio em seus mercados.

Os BRICs somam mais de um quarto da superfície do planeta, mais de 43% de sua população e cerca de 27% do PIB mundial.
Os acordos, assinados em Nova Délhi durante a quarta cúpula dos Brics, permitirão alcançar pactos econômicos usando moedas locais e facilitar o reconhecimento dos títulos de crédito, com vistas a reduzir o custo das transações.
Este novo banco de desenvolvimento tentará converter o poder econômico dos BRICs em influência diplomática coletiva. Além do banco de desenvolvimento, o objetivo é aproximar as Bolsas de Valores dos países dos BRICs e estimular o comércio nas próprias moedas”.
Em documento os BRICs rejeitaram a ação unilateral americana contra o Irã. A suspensão da compra de petróleo elevou os preços e, segundo os BRICs, isso prejudica a recuperação econômica mundial. A Rússia queria uma condenação mais forte contra os Estados Unidos, mas os outros países atenuaram a linguagem.
Concordamos de que uma solução na Síria e no Irã só pode ser encontrada através da via do diálogo”, declarou o primeiro-ministro indiano Manmohan Singh, durante a leitura do comunicado final do 4° encontro de cúpula do BRICS.
A “declaração de Délhi” evoca uma “grande preocupação em torno da situação na Síria" e faz um apelo para o “fim imediato de toda violência e das violações dos direitos humanos no país”. No documento, os líderes dos BRICS também expressam o apoio unânime do bloco ao plano do enviado especial da ONU e da Liga Árabe, Kofi Annan, para por fim à crise síria.
Os dirigentes também alertaram para uma escalada na crise com o Irã, que poderia ter “consequências desastrosas”, segundo eles. De acordo com a declaração final, o Irã tem um papel crucial a desempenhar no desenvolvimento pacífico e na prosperidade de uma região onde há fortes interesses econômicos e políticos. “Nós queremos que o Irã desempenhe seu papel como membro responsável da comunidade internacional”, diz o documento.
Em seu discurso no final do encontro, a presidente Dilma lembrou que as recentes revoltas populares no norte da África e nos países árabes demonstram a complexidade dos desafios atuais. “O Oriente Médio tem que deixar de ser o foco permanente de tensões mundiais”, declarou a presidente do Brasil denunciando as tentativas do uso da força para resolver os conflitos.
A indiscriminada utilização de sanções econômicas e, sobretudo, de ações militares unilaterais ao arrepio do direito internacional, têm produzido uma deterioração das situações que pretendiam resolver”, afirmou.

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