sexta-feira, 23 de agosto de 2013

Cidades costeiras correm risco de perder US$ 1 trilhão com enchentes.

As 136 maiores cidades costeiras do mundo correm um risco de sofrer perdas anuais combinadas de US$ 1 trilhão (cerca de R$ 2,393 trilhões) com enchentes até 2050 a menos que melhorem drasticamente suas defesas, alertou um estudo.
As perdas atuais são de US$ 6 bilhões ao ano (mais de R$ 14 bilhões), e quatro cidades - Miami, Nova York e Nova Orleans, nos Estados Unidos, e Guangzhou, na China - respondem por 43% dos custos, destacou a pesquisa publicada na revista Nature Climate Change.
O economista Stephane Hallegatte, do Banco Mundial, e seus colegas criaram cenários de risco de perdas com base no crescimento populacional das cidades, em diferentes níveis de elevação dos oceanos, em modernizações dos sistemas de proteção e na subsidência, ou seja, o afundamento de áreas superficiais frequentemente vinculada à extração de petróleo ou outros recursos.
Assumindo que as cidades vão melhorar sua proteção para manter o risco de inundações nos níveis atuais e baseados puramente no crescimento projetado das populações das cidades e nos bens acumulados localmente, a equipe alertou para um crescimento nove vezes maior em perdas até US$ 52 bilhões ao ano (aproximadamente R$ 124 bilhões anuais) até 2050.
Quando a equipe acrescentou os efeitos da subsidência e da elevação do nível do mar induzida pelo clima, a cifra cresce entre US$ 60 e US$ 63 bilhões ao ano (entre R$ 143 bilhões e R$ 150 bilhões).
"Sem adaptações [de proteção contra enchentes], o aumento projetado de perdas médias até 2050 é enorme, com perdas agregadas aumentando para mais de US$ 1 trilhão por ano", segundo o pior cenário projetado, destacou.
No entanto, até mesmo a melhor proteção adotada no mundo não eliminaria os riscos, advertiu o estudo. Embora diques mais elevados sejam capazes de reduzir as inundações, a magnitude das perdas registradas quando elas ocorrem continuará a crescer.
"Temos cada vez mais pessoas dependentes destas proteções. Isto significa que se tivermos o rompimento de um dique, havendo mais pessoas atrás dele, teremos catástrofes maiores", explicou Hallegatte à AFP.
Com a melhora da proteção, as cidades com as maiores perdas anuais projetadas até 2050 seriam a chinesa Guangzhou, com US$ 13,2 bilhões (R$ 31 bilhões); as indianas Mumbai, com US$ 6,4 bilhões (R$ 15,5 bilhões), e Calcutá, com US$ 3,4 bilhões (R$ 8,3 bilhões); a equatoriana Guayaquil, com US$ 3,2 bilhões (R$ 7,1 bilhões); e Shenzhen, também na China, com US$ 3,1 bilhões (R$ 7,5 bilhões).
A sexta da lista seria a norte-americana Miami, com perdas anuais projetadas de US$ 2,5 bilhões (R$ 5,9 bilhões); seguida de Tianjin, na China, com US$ 2,3 bilhões (R$ 5,5 bilhões); Nova York, com US$ 2 bilhões (R$ 4,8 bilhões), nos Estados Unidos; Cidade Ho Chi Minh, no Vietnã, com US$ 1,9 bilhão (R$ 4,55 bilhões); e Nova Orleans, com US$ 1,9 bilhão (R$ 4,55 bilhões).
De acordo com Hallegatte, sua equipe estima que seriam necessários cerca de US$ 50 bilhões ao ano (quase R$ 120 bilhões anuais) para intensificar a proteção contra enchentes nas 136 cidades mencionadas no estudo, um cifra "muito abaixo" das perdas estimadas.

"Fracassar na adaptação não é uma opção viável para as cidades costeiras", ressaltou o estudo.
Miami área sedimentar
Centro de Veneza durante a maré alta. 

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